Aproximação entre academia e mercado
Na visão da Fundação Certi, ICTIs de Londrina têm diferentes níveis de maturidade e interação com o setor produtivo
Londrina conta com 15 IES (Instituições de Ensino Superior), sendo que seis delas oferecem 40 cursos de graduação na área de saúde, alguns deles altamente conceituados. Mas a avaliação da Fundação Certi em relação às ICTIs (Instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação) é que entre elas há diferentes níveis de maturidade e interação dos grupos e linhas de pesquisa acadêmica com o setor produtivo. Existe um alto grau de isolamento entre academia e mercado, causando uma desconexão entre a pesquisa realizada na academia e o meio empresarial. As consequências disso é que nem sempre a pesquisa realizada nas ICTIs atendem às reais necessidades do setor de saúde, e muito do que é feito na academia sequer chega ao mercado.
Para a Fundação Certi, existe um baixo fluxo de transferência de tecnologias nas ICTIs do Polo de Saúde de Londrina. Segundo dados da ATI (Agência Tecpar de Inovação), em Londrina, apenas a UEL (Universidade Estadual de Londrina) e o Iapar (Instituto Agronômico do Paraná) possuem processos de transferência de tecnologia em Londrina – quando a tecnologia gerada na universidade é licenciada a uma outra parte, mediante pagamento de royalties, ou tem sua propriedade intelectual cedida. Nenhum desses processos, no entanto, é na área de saúde.
“A integração (do mercado) com universidade, setor acadêmico, é um dos grandes desafios da inovação, da transferência de tecnologia, o que não está restrito ao setor de saúde. Temos Lei de Inovação e o novo marco legal de inovação que trazem alguma facilidade que impulsiona o processo, mas existem necessidades de convencimento, aproximação e de estabelecer um alinhamento de propósito”, destaca Cleber Borba Nascimento, coordenador de Projetos da Fundação Certi.
Para ele, ambientes amigáveis ao processo de inovação, como pré-incubadoras, incubadoras e aceleradoras, podem ser facilitadores.