Pessimismo em alta
Nas pesquisas habituais sobre perspectiva de mercado, o pessoal da Federação do Comércio Varejista detectou uma predominante sensação negativa quanto ao futuro imediato, minado, como todos sabem, pelo locaute caminhoneiro. Ocorre que sinais bons e maus se revezam na conjuntura atual e um dos fatores que obscurecem o horizonte é justamente a indefinição política relativamente às próximas eleições e que dificultam uma visão reconstrutiva do processo.
Com os governos em todos os níveis estacionados numa crise fiscal sem precedentes não se percebe a retomada de investimentos. Apenas um setor público, o do transporte coletivo, em Curitiba, está dando sinais nessa direção na renovação das frotas, já iniciada discretamente, mas que indica, neste ano, 150 ônibus novos e mais 450 até 2020. Mas para romper a inércia foi preciso o aumento régio das tarifas em nome do realinhamento financeiro da concessão só rompida com decisão judicial que favoreceu o empresariado.
Vivemos num momento de poucas obras, e quando existem, acabam marcadas pela corrupção como se viu no caso escabroso dos desvios das construções escolares a cada momento revelando face nova como a ocorrência da “Quadro Negro” também no Colégio Estadual do Paraná.
A volatilidade dos acontecimentos é de tal ordem que da mesma maneira que se recomenda cautela com otimismo ante uma sinalização favorável também é ponderável que se evite cair, de forma radical, no catastrofismo. Nossos potenciais de economia moderna, que volta e meia afloram, recomendam tal cuidado nas avaliações.