Alckmin prega calma para escolher vice
Após recusa de Josué Alencar, tucano afirma que nome não precisa ser necessariamente do centrão
São Paulo – O empresário Josué Alencar (PR-MG) encerrou o suspense nesta quintafeira (26) e comunicou oficialmente ao centrão que não será vice de Geraldo Alckmin (PSDB) na disputa pelo Planalto. Os representantes do centrão receberam uma carta de três parágrafos de Josué com a desistência e agora discutem um plano B entre todos os partidos que compõem a coligação do tucano: DEM, PP, PR, SD, PRB, PTB, PSD, PPS e PV.
O presidenciável tucano disse nesta quinta-feira (26) que não é preciso haver correria para escolher um novo nome para ocupar o posto. Alckmin disse que falou com Josué por telefone ainda na noite de quartafeira (25). Na conversa, o mineiro não foi categórico, mas já dava sinais de que não aceitaria ingressar na disputa como vice. “Vamos nos debruçar agora sobre isso, mas sem correria. Tem uma semana para a gente definir”, disse Alckmin, adotando como data limite o dia 4 de agosto, quando o PSDB realiza sua convenção nacional.
Assim como o presidente do DEM, ACM Neto, responsável por dialogar com Alckmin em nome do centrão sobre as possibilidades para vice, o tucano afirmou que o novo escolhido não precisa ser, obrigatoriamente, do bloco formado por DEM, PP, PR, SD e PRB, mas pode vir dos outros integrantes da aliança - PSD, PPS, PV e PTB. Alckmin, inclusive, reuniu-se com o presidente do PTB, Roberto Jefferson, nesta quinta. “O importante é o nome, a parceria, o trabalho conjunto. Tem ótimos nomes. Não tem pressa nessa decisão”, afirmou Alckmin.
INCOMPATIBILIDADES
O tucano terá uma primeira conversa com ACM Neto até esta sexta-feira (27). Além de resolver a própria candidatura, Alckmin tem que mediar, como presidente do PSDB, atritos entre seu partido e as legendas aliadas nos estados. Há incompatibilidades em colégios eleitorais importantes, como Minas Gerais, onde nem Antonio Anastasia (PSDB) nem Rodrigo Pacheco (DEM) querem abrir mão de disputar o governo do estado.
“É natural que a aliança não se reproduza inteiramente em todos os estados. Cada estado tem sua singularidade própria. Onde puder juntar todo mundo, estamos fazendo um esforço”, afirmou o presidenciável tucano.
QUESTÕES PESSOAIS
“Por questões pessoais não posso aceitar. Estou convicto, contudo, de que os partidos unidos neste momento em favor de um Brasil melhor indicarão candidato a vice-presidente capaz de agregar muito mais força eleitoral e conhecimento político do que eu para o cumprimento da missão”, diz trecho da carta entregue por Josué Alencar para justificar sua recusa em ser vice de Alckmin.
Ganhou força a tese de que o novo convidado deve ser algum filiado ao PP, como o empresário Bejanmin Steinbruch ou a vice-governadora do Piauí, Margarete Coelho.