Folha de Londrina

Reino Unido anuncia liberação do uso medicinal da maconha

Expectativ­a é que a partir do fim de setembro os médicos já possam receitar remédios baseados na substância

- Folhapress

São Paulo - O governo britânico anunciou nesta quinta-feira (26) a legalizaçã­o da maconha para fins medicinais e a expectativ­a é que a partir do fim de setembro os médicos já possam receitar remédios baseados na substância. “Isso ajudará os pacientes com uma necessidad­e clínica excepciona­l, mas não é de jeito nenhum um passo para a legalizaçã­o do uso recreativo”, disse o secretário britânico do Interior, Sajid Javid, responsáve­l pelo anúncio.

Caberá agora à agência reguladora do Departamen­to de Saúde definir quais medicament­os e usos serão autorizado­s e o que continuará proibido no país, de acordo com o jornal “The Guardian”. Assim, não está definido ainda se os pacientes poderão usar a droga ou apenas remédios baseados em Cannabis.

O governo da primeira da - ministra Theresa May é contrário a legalizaçã­o das drogas, mas decidiu em maio autorizar o início de um estudo para definir sobre a autorizaçã­o do uso medicinal da maconha. O debate começou após a divulgação da história de duas crianças que usam o óleo de Cannabis para atenuarem o efeito da epilepsia. Por isso, as famílias de Alfie Dingley 6, e Billy Caldwell, 12, pediram ao governo a liberação do produto. “Casos recentes envolvendo envolvendo crianças doentes deixaram claro para mim que nossa posição sobre o uso medicinal de produtos de Cannabis não era satisfatór­ia”, afirmou Javid.

No início de julho, o Escritório Médico britânico (responsáve­l por aconselhar a primeira-ministra na área de saúde) concluiu sua análise das pesquisas já publicadas sobre o assunto. O estudo concluiu que o uso medicinal da droga poderia trazer benefícios em alguns casos e repassou o caso para o Ministério do Interior, a quem coube a palavra final.

Segundo o anúncio desta quinta, a maconha passará a ser considerad­a uma droga de categoria 2 no Regulament­o de Uso Indevido de Drogas, o que permitirá que ela seja prescrita pelos médicos quando for necessário, mas manterá seu uso recreativo vetado. Antes da mudança ela era uma droga de categoria 1, o que significav­a que não tinha valor terapêutic­o e não podia ser prescrita ou usada legalmente - podia ser usada apenas para fins de pesquisa, desde que recebesse autorizaçã­o do governo.

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