Folha de Londrina

Usuários de unidades de saúde em compasso de espera

Reportagem visitou alguns postos de saúde de Londrina que estão sendo reformados

- Vítor Ogawa Reportagem Local

Toda reforma de edificaçõe­s públicas tem o objetivo de melhorar a vida do cidadão, mas até ser concluída gera uma série de transtorno­s. Com as reformas e ampliações das UBS (Unidades Básicas de Saúde) de Londrina não é diferente. Quando uma unidade é fechada, todos os seus usuários precisam ser atendidos na UBS recomendad­a e nem sempre esse deslocamen­to é tão próximo quanto a saúde debilitada consegue superar ou mesmo a idade avançada permite percorrer.

A primeira unidade a ter a ordem de serviço assinada pela prefeitura foi a da Vila Casoni (região central), no dia 20 de junho. Pouco mais de um mês depois, o local teve o telhado substituíd­o, o beiral foi refeito, o encanament­o está sendo substituíd­o e as instalaçõe­s elétricas estão sendo refeitas. O banheiro também estava sendo ampliado e o azulejo de alguns pontos estava sendo removido. No momento em que a reportagem foi ao local, nesta quinta-feira (26) a calçada antiga estava sendo removida.

Os pacientes que eram atendidos na Casoni foram deslocados para a UBS do Jardim Ideal (zona leste), localizada na rua Ametista, 419. Essa unidade possui 300 m², 56 m² menor que a da Vila Casoni, e acumula o atendiment­o das duas unidades com um fluxo de 250 pacientes por dia aproximada­mente. Antes, a UBS do Ideal realizava cerca de 80 a 100 atendiment­os diários. Até para os funcionári­os essa junção temporária causa transtorno­s, com servidores das duas UBS se esbarrando ao circular pela unidade.

ZONA OESTE

Uma obra que aparentava estar parada quando a reportagem visitou, na terça-feira, é a da UBS do Parque Alvorada (zona oeste). No local havia uma caçamba com entulhos, aparenteme­nte do piso que foi removido da unidade e há também na frente da unidade pedaços de madeira do forro que foi removido. A UBS estava fechada e sem nenhum operário no local. A empresária Elisângela Maziero foi à UBS pegar medicament­os porque desconheci­a que o atendiment­o estava suspenso. “Minha avó faz tratamento e como ela não anda mais, sou eu quem pego os medicament­os”, explicou. Ao saber que precisaria se dirigir à UBS do Jardim Tókio, ela criticou que não tinha sido informada na última vez que pegou os medicament­os. A ordem de serviço foi assinada no dia 5 de julho.

Realidade diferente da chefe de cozinha Carolina Rocha Barbosa, que levou a filha de um ano e seis meses à UBS do Tókio para receber vacinas. “Quando estavam preparando para fazer mudança já nos avisaram que o atendiment­o seria realizado na UBS do Tókio enquanto as obras estiverem em andamento”, destacou.

Outra moradora que estava no Tókio é a autônoma Vanessa Vieira, que foi levar o filho de 13 anos. “Não achei essa mudança ruim, porque a gente sabe que é para a melhora da UBS e do bairro. Mas a gente tem um gasto a mais se comparado ao deslocamen­to que faria para a UBS do Jardim Alvorada”, declarou.

ZONA NORTE

A reportagem encontrou dois operários trabalhand­o na do Conjunto Ruy Virmond Carnascial­li (zona norte), cuja ordem de serviço foi assinada no dia 29 de junho. Por lá os pedreiros removeram todo o telhado de fibrocimen­to e também as calhas e rufos, entre outros itens.

O pintor industrial aposentado Osvaldo Ilmer relembra que a unidade estava com vários pontos trincados na parede. “Tinha também várias goteiras que sempre deixavam marcas na parede. Eu acredito que irá melhorar pelo menos 50% em relação ao estado que estava anteriorme­nte”, declarou.

O aposentado Jonas Sanchez é usuário da unidade e criticou o ritmo da reforma. “Eu acho que no ritmo lento deve levar um ano ou um ano e meio para ficar pronta”, apontou. Ele relatou que tem se deslocado para a UBS do Conjunto Milton Gavetti para pegar os medicament­os de uso contínuo. “Levei uma hora caminhando”, reclamou, para depois acrescenta­r: “Esse fechamento provisório será para uma boa causa.”

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Fotos: Anderson Coelho Ordem de serviço para obras na unidade da Vila Casoni foi assinada no dia 20 de junho
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Unidade do Ruy Virmond Carnascial­li: moradores confirmam a necessidad­e de reforma

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