Usuários de unidades de saúde em compasso de espera
Reportagem visitou alguns postos de saúde de Londrina que estão sendo reformados
Toda reforma de edificações públicas tem o objetivo de melhorar a vida do cidadão, mas até ser concluída gera uma série de transtornos. Com as reformas e ampliações das UBS (Unidades Básicas de Saúde) de Londrina não é diferente. Quando uma unidade é fechada, todos os seus usuários precisam ser atendidos na UBS recomendada e nem sempre esse deslocamento é tão próximo quanto a saúde debilitada consegue superar ou mesmo a idade avançada permite percorrer.
A primeira unidade a ter a ordem de serviço assinada pela prefeitura foi a da Vila Casoni (região central), no dia 20 de junho. Pouco mais de um mês depois, o local teve o telhado substituído, o beiral foi refeito, o encanamento está sendo substituído e as instalações elétricas estão sendo refeitas. O banheiro também estava sendo ampliado e o azulejo de alguns pontos estava sendo removido. No momento em que a reportagem foi ao local, nesta quinta-feira (26) a calçada antiga estava sendo removida.
Os pacientes que eram atendidos na Casoni foram deslocados para a UBS do Jardim Ideal (zona leste), localizada na rua Ametista, 419. Essa unidade possui 300 m², 56 m² menor que a da Vila Casoni, e acumula o atendimento das duas unidades com um fluxo de 250 pacientes por dia aproximadamente. Antes, a UBS do Ideal realizava cerca de 80 a 100 atendimentos diários. Até para os funcionários essa junção temporária causa transtornos, com servidores das duas UBS se esbarrando ao circular pela unidade.
ZONA OESTE
Uma obra que aparentava estar parada quando a reportagem visitou, na terça-feira, é a da UBS do Parque Alvorada (zona oeste). No local havia uma caçamba com entulhos, aparentemente do piso que foi removido da unidade e há também na frente da unidade pedaços de madeira do forro que foi removido. A UBS estava fechada e sem nenhum operário no local. A empresária Elisângela Maziero foi à UBS pegar medicamentos porque desconhecia que o atendimento estava suspenso. “Minha avó faz tratamento e como ela não anda mais, sou eu quem pego os medicamentos”, explicou. Ao saber que precisaria se dirigir à UBS do Jardim Tókio, ela criticou que não tinha sido informada na última vez que pegou os medicamentos. A ordem de serviço foi assinada no dia 5 de julho.
Realidade diferente da chefe de cozinha Carolina Rocha Barbosa, que levou a filha de um ano e seis meses à UBS do Tókio para receber vacinas. “Quando estavam preparando para fazer mudança já nos avisaram que o atendimento seria realizado na UBS do Tókio enquanto as obras estiverem em andamento”, destacou.
Outra moradora que estava no Tókio é a autônoma Vanessa Vieira, que foi levar o filho de 13 anos. “Não achei essa mudança ruim, porque a gente sabe que é para a melhora da UBS e do bairro. Mas a gente tem um gasto a mais se comparado ao deslocamento que faria para a UBS do Jardim Alvorada”, declarou.
ZONA NORTE
A reportagem encontrou dois operários trabalhando na do Conjunto Ruy Virmond Carnascialli (zona norte), cuja ordem de serviço foi assinada no dia 29 de junho. Por lá os pedreiros removeram todo o telhado de fibrocimento e também as calhas e rufos, entre outros itens.
O pintor industrial aposentado Osvaldo Ilmer relembra que a unidade estava com vários pontos trincados na parede. “Tinha também várias goteiras que sempre deixavam marcas na parede. Eu acredito que irá melhorar pelo menos 50% em relação ao estado que estava anteriormente”, declarou.
O aposentado Jonas Sanchez é usuário da unidade e criticou o ritmo da reforma. “Eu acho que no ritmo lento deve levar um ano ou um ano e meio para ficar pronta”, apontou. Ele relatou que tem se deslocado para a UBS do Conjunto Milton Gavetti para pegar os medicamentos de uso contínuo. “Levei uma hora caminhando”, reclamou, para depois acrescentar: “Esse fechamento provisório será para uma boa causa.”