Folha de Londrina

Taxa de desemprego fica em 12,4% no 2o trimestre

Dados divulgados pelo IBGE mostram ainda que renda média real do trabalhado­r nesse período foi de R$ 2.198

- Daniela Amorim

Rio - A taxa de desocupaçã­o no Brasil ficou em 12,4% no segundo trimestre, de acordo com os dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) divulgados nesta terça-feira (31) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a). Em igual período de 2017, a taxa estava em 13%. No primeiro trimestre de 2018, o resultado ficou em 13,1%. No trimestre encerrado em maio, desceu para 12,7%.

A renda média real do trabalhado­r foi de R$ 2.198 no segundo trimestre. O resultado representa alta de 1,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 195,7 bilhões no segundo trimestre, alta de 2,3% ante igual período do ano anterior.

O País tinha 12,966 milhões de pessoas em busca de emprego no segundo trimestre deste ano. Apesar do patamar elevado de desemprego, houve melhora em relação ao mesmo período do ano anterior. Há menos 520 mil desemprega­dos em relação a um ano antes, o equivalent­e a um recuo de 3,9%. O total de ocupados cresceu 1,1% no período de um ano, o equivalent­e à criação de 1,001 milhão de postos de trabalho. O contingent­e de inativos avançou 1,9%, 1,228 milhão de pessoas a mais nessa condição.

O nível da ocupação, que mede o porcentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, foi estimado em 53,7% no segundo trimestre deste ano, ante 53,6% no primeiro trimestre. No segundo trimestre do ano passado, o nível de ocupação era também de 53,7%.

POSTOS DE TRABALHO

O País ganhou 657 mil novos postos de trabalho em apenas um trimestre, enquanto 723 mil pessoas deixaram o contingent­e de desemprega­dos. A criação de vagas ficou aquém do total de pessoas que deixaram de procurar emprego, mas a taxa de desocupaçã­o não aumentou porque mais 774 mil indivíduos migraram para a inatividad­e, ou seja, optaram por sair da força de trabalho. A população inativa alcançou o patamar recorde de 65,642 milhões de pessoas no segundo trimestre, dentro da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.

No segundo trimestre de 2018, o mercado de trabalho perdeu 79 mil vagas com carteira assinada no setor privado, em relação ao primeiro trimestre, descendo ao menor patamar da série histórica, um total de 32,834 milhões de vagas formais. O contingent­e de trabalhado­res sem carteira assinada no setor privado aumentou em 276 mil pessoas e outros 113 mil indivíduos aderiram ao trabalho por conta própria.

O setor público teve aumento de 392 mil postos de trabalho em apenas um trimestre. O emprego como trabalhado­r doméstico cresceu em 28 mil pessoas.

DOMÉSTICO

Quase três anos depois da implantaçã­o da obrigatori­edade de recolhimen­to do FGTS para empregadas domésticas no País, por meio do e-Social, o trabalho doméstico ainda aumenta através da informalid­ade. No segundo trimestre de 2018, havia 127 mil trabalhado­res domésticos a mais do que no mesmo período de 2017: 31 mil empregados perderam a carteira assinada, enquanto outros 158 mil passaram a trabalhar sem o vínculo formal.

Segundo Cimar Azeredo, coordenado­r de Trabalho e Rendimento do IBGE, esse fato é uma tentativa de fuga do desemprego. “No momento que você tem perda do dinamismo econômico, tem perda de renda. Quem mais perde com isso são as pessoas do extrato de renda mais baixo. Por falta de opção, e às vezes até por falta de empreended­orismo, há essa fuga para o emprego doméstico”, justificou.

A perda do vínculo formal se reflete no poder aquisitivo: um empregado doméstico com carteira assinada recebe, em média, R$ 1.212 mensais, contra apenas R$ 730 recebidos pelos sem carteira. “40% dos trabalhado­res domésticos não têm carteira assinada. Ou seja, o rendimento é o menor, abaixo da média (dos trabalhado­res).”

CONTA PRÓPRIA

Em um ano, o número de trabalhado­res atuando por conta própria com CNPJ aumentou em 309 mil pessoas. Outros 246 mil indivíduos passaram a trabalhar por conta própria sem CNPJ no segundo trimestre, em relação ao mesmo período de 2017. Um trabalhado­r por conta própria com CNPJ ganha, em média, R$ 3.060, contra R$ 1.264 dos que estão na mesma condição sem CNPJ. Em todo o País, há 18,621 milhões de trabalhado­res por conta própria sem CNPJ e apenas 4,443 milhões com CNPJ.

O Brasil tem pelo menos 37.060 milhões de postos de trabalho na informalid­ade. O cálculo inclui os empregados sem carteira assinada no setor privado, trabalhado­res domésticos sem carteira, ocupados por conta própria sem CNPJ, empregador­es sem CNPJ e pessoas que atuam como trabalhado­r familiar auxiliar.

Segundo Azeredo, pode haver mais trabalhado­res na informalid­ade que não estão sendo enxergados nesse cálculo, como, aqueles com CNPJ que não estão em dia com suas contribuiç­ões.

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