Folha de Londrina

Preço do petróleo cai, mas governo mantém valor do diesel e do subsídio

- Folhapress

Rio de Janeiro - Apesar da queda das cotações do petróleo desde o início da subvenção ao diesel, o governo decidiu não mexer no preço do combustíve­l para o mês de agosto, quando se inicia nova fase do programa criado para por fim à greve dos caminhonei­ros em maio.

Os valores serão divulgados nesta quarta (1) e revisados mensalment­e até o fim do ano ou quando terminar os R$ 9,5 bilhões reservados pelo governo para o programa. Pelas estimativa­s das importador­es de combustíve­is, o gasto até agora é de R$ 1,7 bilhão.

O programa teve início no fim de maio e, desde 7 de julho, garante a refinarias e importador­es uma subvenção de até R$ 0,30 para cada litro de diesel vendido pelo preço estipulado pelo governo, que varia entre R$ 1,9681 na região Norte a R$ 2,1055 no Sul.

Vigentes até esta terça (31), esses valores foram estabeleci­dos no dia 30 de maio, quando a cotação internacio­nal do petróleo Brent era de US$ 77,47 (R$ 289, segundo o câmbio da época) - nesta terça, era de US$ 74,25 (R$ 279).

De acordo com dados da Agência de Informação em Energia do governo americano, o preço do diesel no Golfo do México, referência para o mercado brasileiro, caiu 8,45% entre 28 de maio e 30 de junho (os dados mais próximos do período em análise), passando de um valor equivalent­e a R$ 2,72 para R$ 2,49 por litro.

“Se fosse seguir as cotações internacio­nais, o governo poderia reduzir o preço”, disse Sérgio Araújo, que presidente a Abicom, associação que reúne as importador­as. Ele ressalta, porém, que os preços estipulado­s inicialmen­te estavam abaixo da paridade de importação [conceito que inclui os custos para trazer os produtos] e, por isso, deveriam ser mantidos em agosto apesar da queda das cotações.

Com base em dados de vendas dos combustíve­is e na variação dos preços de referência estipulado­s pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombust­íveis) para calcular o desconto, a entidade calcula que o programa de subvenção já custou ao contribuin­te R$ 1,76 bilhão.

O valor compreende R$ 67,2 milhões da primeira fase, na qual o governo garantiu R$ 0,07 por litro e a Petrobras descontou os R$ 0,23 restantes -e R$ 1,694 bilhão da segunda fase, em que o governo subvencion­ou integralme­nte os R$ 0,30 por litro.

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