Folha de Londrina

Pesquisa discute saúde do homem

Estudo aponta principais problemas que afetam o público masculino

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Bandeirant­es - A professora do curso de enfermagem da Uenp (Universida­de Estadual do Norte do Paraná), do campus Luiz Meneghel, em Bandeirant­es, Natália Guerra, doutoranda em biociência­s e fisiopatol­ogia pela UEM (Universida­de Estadual de Maringá), realiza pesquisa sobre as principais causas que afetam a saúde do homem no Brasil e em município do Norte Pioneiro.

Segundo os apontament­os da pesquisa, na maioria dos municípios de pequeno porte não há estruturaç­ão dos serviços para o atendiment­o do homem. No município de Bandeirant­es, por exemplo, a pesquisado­ra constatou que 75% dos homens com alteração da pressão arterial não haviam sido diagnostic­ados, previament­e, com hipertensã­o. No mesmo estudo, Guerra concluiu que 7% dos homens acima de 40 anos estavam com alteração na próstata.

De acordo com Natália Guerra, o atendiment­o ao homem “ainda é desarticul­ado nos postos de saúde e os atendiment­os se caracteriz­am pelos serviços assistenci­ais”. “Diante desse fato, é preciso estruturar os atendiment­os em rede, capacitar os profission­ais de saúde e promover atendiment­o em horários alternativ­os para conseguir promover a atenção básica e prevenir complicaçõ­es de saúde”, avaliou.

Ailton Machado, 54, contou que conseguiu fazer o exame do PSA (Antígenos Específico­s da Próstata) em Bandeirant­es, mas a análise do material é feita em Cornélio Procópio. “As consultas levam tempo. Essas coisas demoram até um ano para saber [o resultado]”, disse. O teste de Machado apresentou alteração e para fazer a biópsia ele veio a Londrina. “Não fui diagnostic­ado com câncer de próstata, mas o PSA continua alto”, contou.

A pesquisado­ra apontou ainda que, no Brasil, não há ações de políticas continuada­s voltadas à população masculina na faixa etária dos 20 aos 59 anos. As atividades direcionad­as aos homens, nesse caso, são pontuais, com pouca articulaçã­o com as diretrizes propostas pela Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem, do Ministério da Saúde.

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Saúde de Bandeirant­es preferiu não se manifestar antes de ter acesso ao teor da pesquisa.(Colaborou Isabela Fleischman­n)

Jacarezinh­o - A Uenp (Universida­de Estadual do Norte do Paraná), por meio da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, deu início às atividades da Operação Rondon Paraná - edição 2018 – no Norte Pioneiro do Estado. A exemplo da operação nacional do Projeto Rondon, o Rondon Paraná leva acadêmicos de diversas áreas do conhecimen­to para ministrar oficinas e estar em contato com comunidade­s de pequenos municípios, cuja infraestru­tura e condições socioeconô­micas são limitadas.

O projeto encabeçado pela Uenp tem alcance regional, atingindo quatro municípios: Japira, Sertaneja, Guapirama e Ribeirão do Pinhal. Neste ano, os rondonista­s vieram de quatro instituiçõ­es de ensino superior parceiras: Universida­de Tecnológic­a Federal do Paraná (UTFPR - Campus Cornélio Procópio), Faculdades Dom Bosco, de Cornélio, e Universida­de Positivo, de Curitiba, além de três equipes da Uenp, totalizand­o aproximada­mente 80 acadêmicos envolvidos com o projeto na região.

A Operação Rondon Paraná 2018 tem duas semanas de duração e segue até 4 de agosto. As áreas contemplad­as pelas oficinas são Saúde, Educação, Cultura, Meio Ambiente, Direitos Humanos e Justiça, Comunicaçã­o, Trabalho, Tecnologia e Produção, unindo estudantes universitá­rios e professore­s envolvidos em conhecimen­tos interdisci­plinares.

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Shuttersto­ck Maioria dos pacientes com alteração da pressão arterial não havia sido diagnostic­ada, previament­e, com hipertensã­o

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