Folha de Londrina

Poesia dos cinzento

‘Antologia Poética’ reúne versos de A uma das grandes vozes da poesia ru

- Marcos Losnak Especial para a Folha2

Aliteratur­a russa sempre foi um território predominan­temente masculino. prosa e a poesia sempre viveram nas mãos dos homens. Poucas mulheres ganharam visibilida­de literária ao longo dos séculos, mas dois nomes se destacaram: Anna Akhmátova (1889 – 1966) e Marina Tsvietáiev­a (1892 – 1944).

Seguindo caminhos e linguagens diferentes, Anna e Marina criaram uma poética de forte impacto. Tiveram igualmente uma vida pontuada pelo sofrimento. Assistiram seus maridos, filhos, amigos e amantes serem presos ou fuzilados após a Revolução Russa ou morrerem nas guerras que abalaram a Europa. Anna aguentou a barra até o fim. Marina não, cometeu suicídio em 1944.

No Brasil existe uma única antologia publicada com a poesia de Anna Akhmátova. Organizada e traduzida por Lauro Machado Coelho o volume foi lançado originalme­nte em 1991. Quase vinte anos depois, a editora L&PM está relançando a obra. A nova edição chega às livrarias acrescida de novos poemas. Entre as novidades está o “Poema Sem Herói” em seu E aqui renunciei a tudo.

A todos os bens terrestres.

O cepo de árvore do bosque conver no espírito guardião deste lugar.

Todos nós somos um pouco hósped Viver é apenas um pequeno hábito Parece-me ouvir, nos aéreos camin o som de duas vozes conversand­o.

De duas? Mas ainda há, perto do m em meio aos robustos pés de framb a sombra fresca do ramo do sabug Esta é uma carta de Marina.

Vinte e um. Noite. Segunda-feira. A silhueta da cidade na neblina. Algum desocupado inventou essa história de que há amor no m

E por preguiça ou por tédio, todos acreditara­m nele e assim viv esperando encontros, tremendo ru e cantando canções de amor.

Mas a outros será revelado o segred e sobre estes cairá o silêncio... Eu tropecei nele casualment­e e, des sinto-me como se estivesse doente. formato integral, um dos textos mais cultuados da literatura de Anna.

Anna Akhmátova nasceu com o nome de Anna Andrêievna Gorienko em 1889, em

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