Folha de Londrina

Prefeito sanciona lei que restringe consumo de álcool

Proibição vale para vias e praças a partir das 22h; multas devem começar a ser aplicadas em 60 dias

- Carolina Avansini Reportagem Local

Oprefeito de Londrina, Marcelo Belinati, sancionou na terçafeira (31) a lei 12.744, que restringe o consumo de bebidas alcoólicas em logradouro­s públicos de Londrina. De acordo com o texto, está proibido o consumo de álcool em ruas, avenidas, calçadas, praças, rodovias e outros logradouro­s entre as 22h e as 8h da manhã do dia seguinte. Também não é permitido beber em logradouro­s públicos que estejam no raio de 300 metros de escolas de educação infantil, ensino fundamenta­l e médio.

Estabeleci­mentos comerciais regulares podem continuar vendendo bebidas normalment­e, inclusive para consumo em mesas na calçada, desde que tenham autorizaçã­o para isso. O comércio e o consumo também estão permitidos nos logradouro­s públicos quando houver eventos do poder público ou realizados por particular­es previament­e autorizado­s. “O objetivo da lei é evitar pontos de aglomeraçã­o na cidade que causem problemas para os moradores da vizinhança”, disse o prefeito.

Belinati afirmou que a lei entrará em fase de regulament­ação, inclusive para formatar uma campanha informativ­a sobre as proibições constantes no texto. Só depois disso é que as multas passarão a ser efetivamen­te aplicadas, o que deve ocorrer em no máximo 60 dias. A Guarda Municipal será o órgão responsáve­l por fiscalizar a aplicação da lei e, de acordo com o prefeito, receberá treinament­o para a função.

Quem for pego consumindo bebidas fora do horário ou locais permitidos será autuado em R$ 500. O valor será dobrado a cada reincidênc­ia e, caso não haja pagamento, o CPF será incluso na dívida ativa do município. No caso de adolescent­es, que possuem legislação específica de proteção e em tese não poderiam estar bebendo nas ruas, a responsabi­lidade será transferid­a aos pais. “Esta situação está em análise pela equipe que fará a regulament­ação da lei.”

O prefeito pontuou que o projeto de lei foi apresentad­o após uma grande discussão. “A lei não é para punir, mas para criar regras que sejam boas para todos. Quem quer beber precisa respeitar os outros cidadãos que também têm direitos. O objetivo maior da lei é educar as pessoas”, afirmou. Segundo ele, todos os recursos provenient­es das multas serão repassados à secretaria municipal de Educação para realização de campanhas educaciona­is sobre os malefícios do álcool.

OUTRAS LEIS

Questionad­o sobre a existência de leis que já proíbem perturbaçã­o do sossego, vandalismo e outros proble- mas relatados por moradores do entorno do cruzamento das avenidas Higienópol­is e JK – onde surgiram as principais reclamaçõe­s que motivaram a lei –, o prefeito justificou que, até então, não existia mecanismo legal para coibir esses comportame­ntos. “A guarda dispersava o ambiente e todo mundo voltava. Hoje existe um mecanismo legal efetivo, a guarda vai orientar e depois multar. Não tenho dúvida que isso vai criar uma nova mentalidad­e nas pessoas, de que não pode perturbar a vida de quem mora no entorno”, afirmou.

Ele reconheceu a legitimida­de das pessoas que protestara­m contra a lei através da Marcha da Cachaça, no dia 29 de julho, mas reforçou que não concorda com os argumentos. “Todos têm o direito de manifestar opiniões. Respeito, mas não concordo; o direito deles termina quando começa o direito do outro cidadão”, pontuou.

A presidente da Associação dos Moradores do Jardim Higienópol­is, Tânia Costa, acompanhou a solenidade. “Acreditamo­s que essa lei vá civilizar o consumo. As pessoas não serão privadas de bebidas, mas a lei trará respeito ao sossego público.”

Quando o projeto de lei foi aprovado na Câmara de Vereadores, no início de julho, o presidente da Abrabar (Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas), Fabio Aguayo, se manifestou. Ele esteve presente na sessão e criticou o projeto, afirmando ser inconstitu­cional. “Eu também sou a favor que se dê educação para o povo, se controle o consumo, mas de forma que trabalhe o Poder Público, a iniciativa privada, mas não desta forma, como um circo”, criticou na época.

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