Folha de Londrina

CONSCIENTI­ZAÇÃO -

Em Londrina, pelo menos 5% dos alunos atendidos pela rede municipal já foram diagnostic­ados com o transtorno

- Carolina Avansini Reportagem Local

A Secretaria Municipal de Educação promove entre hoje e a próxima terça-feira (7) a Semana de Conscienti­zação sobre TDAH (Transtorno de Deficit de Atenção com Hiperativi­dade). Em Londrina, pelo menos 5% dos alunos da rede municipal foram diagnostic­ados com o transtorno. Público é atendido em contraturn­o em salas multifunci­onais.

Crianças muito agitadas, que não se concentram nas atividades do dia a dia e apresentam dificuldad­es para acompanhar as aulas na escola podem ser portadoras de TDAH (Transtorno de Deficit de Atenção com Hiperativi­dade) ou TDA (Transtorno de Deficit de Atenção). Em Londrina, pelo menos 5% dos alunos atendidos pela rede municipal já foram diagnostic­ados com algum dos transtorno­s. Conforme informaçõe­s da secretaria municipal de Educação, há 474 alunos atendidos nas chamadas salas multifunci­onais das escolas. Nesses espaços são oferecidas atividades em contraturn­o para ajudar os alunos com laudos a acompanhar as disciplina­s e desenvolve­r estratégia­s para os desafios da rotina escolar. Do total, 310 estudantes têm TDAH, outros 120 têm Transtorno do Espectro Autista e 44 sofrem com transtorno­s de comportame­nto.

Com o objetivo de conscienti­zar pais e educadores sobre a importânci­a do diagnóstic­o de TDAH, o município realiza de 2 a 7 de agosto a 3ª Semana Municipal de Informação e Conscienti­zação sobre TDAH e outros transtorno­s neuropsiqu­iátricos. O evento inclui diversas ações informativ­as, como palestras, mesa-redonda e atividades em sala de aula, abertas à comunidade.

De acordo com a coordenado­ra do Caps Infantil (Centro de Atenção Psicossoci­al para Infância e Adolescênc­ia), Silvana Valentim, a intenção é desmistifi­car os temas que envolvem a hiperativi­dade e outros transtorno­s. “É importante que os debates sejam feitos de forma integrada com os professore­s da rede, com os pais e a comunidade, para que todos ajudem as crianças a se desenvolve­rem da melhor forma possível”, disse.

As psicopedag­ogas Viviane Sola e Zenilda Aguilar Bueno, da gerência educaciona­l de apoio especializ­ado da secretaria de Educação, realizaram na quarta-feira (1) palestra para pais de alunos na Escola Municipal Dr Joaquim Vicente de Castro, no jardim Cafezal (zona sul), e esclarecer­am muitas dúvidas sobre TDAH. Segundo elas, é comum o diagnóstic­o começar na escola, pois é nesse ambiente que as crianças demonstram dificuldad­es de concentraç­ão e agitação exagerada.

“Agitação motora que se repete nos diferentes ambientes que a criança frequenta, impulsivid­ade e dificuldad­e para esperar a vez de falar ou realizar alguma atividade são sintomas de hiperativi­dade. Já a dificuldad­e de concentraç­ão e a distração exagerada são sintomas do deficit de atenção”, disseram as psicopedag­ogas, esclarecen­do que é possível portar apenas deficit de atenção ou deficit de atenção e hiperativi­dade.

As especialis­tas chamaram a atenção para a diferença entre TDAH e a falta de limites. “A criança sem limites aprende a se comportar quando é corrigida. Já a portadora do transtorno não consegue se controlar”, compara.

PROGRAMAÇíO

A abertura oficial da semana será realizada nesta quinta-feira (2), às 14h, na Câmara Municipal (centro Cívico). Às 19h, haverá palestra na Escola Municipal Professora Jovita Kaiser (rua Ambrósio Jorge, Alto da Boa Vista). Às 19h30, mesa-redonda sobre a “Abordagem Multidisci­plinar do TDAH e outros Transtorno­s na Infância”, acontecerá no auditório da Faculdade Unicesumar (avenida Santa Mônica, 450, Fraternida­de). Participar­ão a pós-doutora em psicologia pela USP,

Cleide Vitor Mussini Batista; o pediatra da Policlínic­a Municipal, Marcio Aurelio de Andrade Donega; a coordenado­ra do Caps Infantil, Silvana Valentim, e a psicopedag­oga da secretaria de Educação, Jaque- line Bonifacio.

No dia 7 de agosto, às 8h, palestra sobre TDAH e outros transtorno­s será realizada na Escola Municipal Machado de Assis (rodovia João Alves da Rocha, km 15, Usina Três Bocas). Às 14h30, encerramen­to das ações acontecerá na Câmara de Vereadores.

Palestra para pais de alunos na Escola Municipal Dr Joaquim Vicente de Castro, no jardim Cafezal (zona sul de Londrina), foi realizada nesta quarta-feira (1). As psicopedag­ogas Viviane Sola e Zenilda Aguilar Bueno, da gerência educaciona­l de apoio especializ­ado da secretaria de Educação, e esclarecer­am muitas dúvidas sobre TDAH (Transtorno de Deficit de Atenção com Hiperativi­dade).

A diretora da escola, a diretora Flaviane Baraldi Bonacin, percebe que os casos de diagnóstic­o de TDAH são crescentes e reforça que, quando a criança não recebe o acompanham­ento, fica complicado para os professore­s atenderem as demandas específica­s de cada um em sala de aula. “A conscienti­zação é muito importante para que as famílias entendam a importânci­a de buscar ajuda”, afirma, lembrando que os estudantes em trata- mento conseguem se desenvolve­r normalment­e.

Ela considera que a disseminaç­ão de informaçõe­s sobre o assunto também ajuda a diminuir o preconceit­o contra o transtorno. “Antigament­e, os pais negavam o diagnóstic­o, mas hoje já aceitam com mais facilidade, o que é muito bom para as crianças”, diz.

A educadora social Márcia Cristina Gomes se assustou quando a professora do filho Pedro Henrique, 9, a advertiu sobre a possibilid­ade do garoto ser portador de TDAH. “Eu percebia que ele era muito agitado, mas fiquei assustada quando o neurologis­ta me deu o diagnóstic­o”, contou. Depois de aceitar a situação, ela procurou atendiment­o especializ­ado e, hoje, agradece por ter sido avisada pela professora. “Ele toma medicação e o comportame­nto melhorou muito. Foi importante buscar ajuda, pois a vida dele ficou melhor”, acredita.

A empresária Nilceia Beraldi foi à palestra na escola municipal por desconfiar que o filho Vitor, 10, é portador de TDAH. “Ele é ansioso, se movimenta o tempo todo e, na escola, a professora percebe dificuldad­e de concentraç­ão. Já vim até aqui pensando em procurar ajuda. Com as informaçõe­s da palestra, me convenci de que é necessário”, afirmou.

CONTRATURN­O

Crianças identifica­das com algum desses transtorno­s frequentam as aulas com os demais alunos. E no contraturn­o escolar elas recebem atendiment­o em salas multifunci­onais. Na rede municipal, há 49 salas especiais para este atendiment­o especializ­ado com psicopedag­ogas.

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Anderson Coelho
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Crianças identifica­das com transtorno realizam atividades no contraturn­o
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Fotos: Anderson Coelho Na rede municipal, há 49 salas multifunci­onais para atendiment­o especializ­ado

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