O brasileiro e o desinteresse pela política
OBrasil é um dos países onde há mais falta de conhecimento sobre a realidade do seu povo. A constatação vem até de pesquisas internacionais - como a realizada pelo instituto britânico Ipsos. A aversão do brasileiro à política é um exemplo desse desinteresse. Por isso, são muito saudáveis as iniciativas em reverter esse quadro, especialmente as que despertam o interesse do povo para os problemas que o País enfrenta e para o trabalho da classe política. Nesse sentido, a Arquidiocese de Londrina lançou quarta-feira (1) uma cartilha de orientação política voltada à comunidade católica visando a eleição de 2018. Serão distribuídos 15 mil exemplares do manual nas igrejas da região que contêm 31 páginas de conteúdo sobre o pleito. E como a ideia é orientar e motivar a participação popular, é importantíssimo que esse tipo de cartilha não se identifique com ideologias ou partidos políticos, como propõe a Arquidiocese.
O combate à corrupção é uma das principais preocupações da Igreja, conforme o arcebispo dom Geremias Steinmetez explicou em entrevista coletiva durante o lançamento da publicação. Para o líder religioso, é preciso dar um grande passo no avanço da democracia e tirar do poder políticos que não desempenham um bom trabalho em favor da sociedade. A cartilha destaca ainda duas leis criadas por iniciativa popular e que tiveram amplo apoio da igreja católica: a de combate à corrupção eleitoral e a da “Ficha Limpa”. Elas foram um avanço, mas não o suficiente para aumentar a conscientização dos eleitores, que muitas vezes não pesquisam a fundo o currículo dos candidatos e depois até esquecem em quem votaram.
A igreja católica também vem se preocupando com as notícias falsas, as chamadas “fake news”. Tanto que o manual tem um capítulo dedicado ao tema. A cartilha destaca ainda valores a que os eleitores cristãos precisam ficar atentos como competência política e capacidade de liderança, caridade, família, respeito aos adversários, coerência e credibilidade. E destaca os “sete pecados capitais” do eleitor, como mostra reportagem publicada nesta quinta-feira (2) pela FOLHA. O primeiro pecado é não votar, pois o desinteresse e a ignorância política enfraquecem a democracia.
A igreja católica também vem se preocupando com as notícias falsas