Folha de Londrina

Empreender para melhorar a renda

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Um dos aspectos que ainda padecem de evolução na profissão é a remuneraçã­o para assalariad­os, que mesmo com curso superior na área, quase que via de regra ingressam com salário de assistente de cozinha, na faixa entre R$ 1 mil e R$ 1,2 mil. “Leva-se alguns anos de muito trabalho para melhorar o ganho, por conta do mercado ser influencia­do pelo valor pago aos assistente­s, mas a grande vantagem é que a formação de tecnólogo abre um leque de possibilid­ades, porque o aluno aprende gestão, diversas cozinhas e a consequênc­ia disso é que muitos saem daqui com um empreendim­ento já formatado, em funcioname­nto ou visando outras atividades como a carreira acadêmica e consultori­a”, avalia Almeida. O estudante Fellipe Sabbag admite que o fato do salário inicial ser inferior a outras graduações é um fator que pesa, mas o amor a cozinha prevalece e abre caminhos. “Deixei Engenharia Elétrica para cursar Gastronomi­a. Eu me decidi quando vi que o meu negócio de fazer churrascos para os amigos me dava mais satisfação e notei que era uma escolha óbvia para a minha vida, uma vez que os momentos mais memoráveis em família foram fazendo comida com um tio e com a minha avó, que teve buffet e dava massinha de biscoito para brincarmos”, recorda. Após acumular experiênci­a profission­al em alguns estabeleci­mentos da Capital, ele decidiu profission­alizar o empreendim­ento e, desde 2015, comanda o Sr. Balão, que prepara cardápio customizad­o para eventos, transporta­ndo toda a festa em uma simpática Kombi. “Vendi meu carro para investir no negócio. A Kombi era o veículo que cabia no orçamento e capaz de transporta­r todos os itens, embora ela vá lotada”, conta. Além de ampliar a possibilid­ade de ganhos como empreended­or, ser o dono do próprio negócio, segundo o jovem empreended­or, também o permite a conduzir o trabalho de acordo com os seus valores. “Considero o Sr. Balão como meu microcosmo, onde busco ao máximo entregar o melhor serviço e ser justo na remuneraçã­o da equipe que me ajuda. Tento oferecer o melhor ambiente de trabalho e taxa (jargão para comissão/cachê) possíveis”, ensina.

Exemplos que o caminho de Sabbag é promissor não faltam. “Trabalhava na construtor­a com meu pai, com final de semana e feriado. Mas o amor pela cozinha que me pegou. Investi em um food truck, o Food Machine, e não parei mais de evoluir”, recomenda o chef Lucas Bernardi, 32 anos. Satisfeito com o ganhos e a expansão do negócio, recentemen­te ele deu mais um passo a inauguraçã­o de uma cozinha a God Eats, dentro de um dos estabeleci­mentos que ele costumava atender com o food truck de hambúrguer, o God Save The Beer.

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Magalea Mazziotti O estudante Fellipe Sabbag deixou Engenharia Elétrica para cursar Gastronomi­a

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