PROTEÇÃO -
Equipes de imunização vão visitar CMEIS com maior número de alunos; meta é atingir 25 mil crianças
Cerca de 400 alunos do centro de edução infantil Valéria Veronesi foram imunizados contra sarampo e poliomielite no primeiro dia da campanha nacional. Equipes deverão percorrer outras creches de Londrina com o objetivo de aumentar a cobertura vacinal. Crianças entre 1 e 5 anos incompletos devem receber as doses.
Cerca de 400 alunos do CMEI (Centro Municipal de Educação Infantil) Valéria Veronesi receberam nesta segunda-feira (6) vacinas contra sarampo e poliomielite, com o início da campanha nacional de vacinação, que segue até o dia 31. Crianças, que são o público-alvo da campanha, serão vacinadas nas escolas, por meio de uma parceria da Secretaria de Saúde de Londrina com a Secretaria Municipal de Educação.
Todas crianças entre 1 e 5 anos incompletos devem participar da campanha, independentemente da situação vacinal, ou seja, as que já receberam a vacinação devem reforçá-la com uma dose extra. Amanda Rechi levou seu filho Heron, de quatro anos, para tomar as vacinas no CMEI. “Ele é corajoso, dessa vez não teve nem ‘ai ai ai’”, brincou.
Nos próximos dias, os profissionais da saúde irão visitar outras dez CMEIs do município, mas somente as que têm um número relevante de alunos, conforme explica o secretário municipal de saúde, Felippe Machado. Ele argumenta que a opção pelas CMEIs com mais crianças deve-se ao custo para levar os profissionais de saúde até as escolas e à logística necessária para o transporte da vacina.
A estratégia visa aumentar a cobertura vacinal, como explica o secretário. “Mais da metade dessas 25 mil crianças estão nas escolas que serão visitadas. Por isso esperamos atingir um grande número”, diz ele referindo-se à meta de vacinação. Além das escolas, as doses estão disponíveis em todas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) do município. Em Tamarana (Região Metropolitana), as doses também estão disponíveis nas UBSs. Lá, a Secretaria de Saúde pretende vacinar mais de 800 crianças.
Não podem participar da campanha apenas as crianças imunodeprimidas, como pacientes oncológicos, e as que fazem tratamento de leucemia. A cobertura vacinal para sarampo em Londrina está em torno de 77%, de acordo com Machado. Índice bem inferior aos 95% preconizados pelo Ministério da Saúde, a fim de erradicar a doença. O Brasil já foi declarado um país livre do sarampo em 2016, quando a cobertura atingiu a porcentagem recomendada.
Números referentes ao mês passado mostraram 3.367 casos de sarampo no País – 317 confirmados, 146 descartados e 2.904 em investigação. O Paraná não teve registros da doença, mas a confirmação de um caso em Campinas (SP) gerou alerta por parte da Sesa (Secretaria da Saúde do Estado do Paraná) com a possibilidade de atingir também o Paraná. “Para chegar aqui, infelizmente é questão de tempo”, afirmou Machado. Também no Rio Grande do Sul foram constatadas sete pessoas com a doença, quatro no Mato Grosso, duas no Rio de Janeiro, 200 em Roraima e 263 no Amazonas.
O sarampo já foi uma das principais causas de morte no Brasil. A única maneira de se prevenir dessa grave doença infecciosa e contagiosa é pela vacina. Fora a campanha, as doses contra o sarampo são distribuídas gratuitamente em todas as UBS. Os adultos com até 29 anos que não tomaram durante a infância precisam de duas doses da tríplice viral. Os que têm entre 30 e 49 anos deve tomar apenas uma.
Já as pessoas acima de 50 anos não precisam das doses porque o Ministério da Saúde entende que elas tiveram con- tato com o vírus durante a vida. Gestantes, bebês com menos de seis meses e pessoas com suspeita de sarampo não devem tomar a vacina. Quem já teve a doença também não necessita da imunização. As pessoas que não têm ciência da situação vacinal são orientadas a procurar as UBSs para tomar as doses previstas.
Embora a orientação do Ministério da Saúde seja para crianças, Machado explica que os adultos “podem buscar uma unidade de saúde de forma tranquila, sem correria, porque os profissionais estarão aptos a aplicar”. Mas, de acordo com o secretário, a ideia é que neste momento as crianças sejam priorizadas para que o município consiga atingir a meta.
A vacina contra o sarampo é feita pela tríplice viral, que também protege contra caxumba e rubéola. Esse esquema no Paraná teve, no ano passado, 77,58% de cobertura, de acordo com dados da Sesa. O esquema vacinal do sarampo se dá por uma dose aos 12 meses, com um reforço aos 15. Depois, aplica-se a tetraviral, que inclui a imunização contra varicela. Para essa vacina, o Paraná teve 75,09% de adesão. Já para poliomielite, a abrangência estadual é de 72,98%.
POLIO
A chamada “vacina da gotinha” também contempla a campanha nacional. Londrina é uma das cidades com menor cobertura vacinal de poliomielite. A baixa adesão possibilita o retorno da circulação do vírus, embora o País não tenha casos de polio desde 1989.
O esquema da vacina para poliomielite é composto por três doses aplicadas aos dois, quatro e seis meses, com dois reforços: um aos 15 meses e outro aos quatro anos de idade.
“A conscientização dos responsáveis é de extrema importância nesse processo. As crianças não vão sozinhas até uma unidade de saúde. Mes- mo essas ações descentralizadas precisam do consenso dos pais”, acrescenta o secretário. A ação é a nível nacional devido à baixa adesão às vacinas em todo o Brasil, conforme pontua a Secretaria de Saúde. “É uma irresponsabilidade dos pais não levarem seus filhos para vacinar”, lamenta Machado.
“Em todo o calendário de rotina [das vacinas] a gente observa uma queda. Isso muito motivado pelas notícias falsas que dizem que vacinar não é seguro, que causa doenças. Esses mitos precisam ser desconstruídos”, opina.
Londrina foi colocada entre as 300 cidades do País com a menor cobertura de polio, segundo o secretário. “Isso também nos preocupa muito”, expõe Machado.
No penúltimo sábado do mês (18), será realizado o “Dia D” da campanha. Todas as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) da zona urbana estarão abertas para os pais que não conseguiram levar seus filhos à vacinação durante a semana.
Londrina está entre as 300 cidades do País com a menor cobertura de polio