LUIZ GERALDO MAZZA
Não podemos menosprezar o estoque de baixarias que nunca deixaram de ornar as campanhas regionais
A eleição para o governo estava polarizada entre Ratinho Júnior e Osmar Dias, com Cida Borghetti bem atrás fechando a raia. Com a saída de Osmar, a impressão dominante é a de que Ratinho leva no primeiro turno, confirmando seu estilo de empenhado (depois de ser o mais votado para deputado federal foi surpreendido na eleição de prefeito de Curitiba por Gustavo Fruet) mais do que predestinado. A previsão tem tudo de temerária porque são muitos os disputantes e a governadora Cida aposta no mesmo diagrama de Beto Richa em proselitismo com os prefeitos. Se ela trabalhar com Beto na eleição senatorial, recompondo-se a aliança que esteve sob risco, há condições de melhorar o desempenho e surpreender.
Já a aliança MDB-PDT, que seria de maior densidade com Requião e Osmar, com a solução de emergência do deputado federal João Arruda, tem poucas condições de prosperar até porque tais agremiações perderam a militância, que era o seu forte.
Ficamos na expectativa dos debates e do trabalho nas redes sociais: no entrevero, a mancada, um descuido de memória podem ser fatais como se deu com Angelo Vanhoni ao responder perguntinha de Taniguchi sobre o Procel e permaneceu aturdido por mais de quinze segundos no ar em estado de absoluta perplexidade.
Beto Richa é ainda o maior eleitor do Paraná? Ou o seu capital eleitoral estaria abalado por tantas denúncias? Se é forte pode nutrir a cabeça de chapa, Cida Borghetti, porque dependem um do outro mais do que nunca.
E não podemos menosprezar o estoque de baixarias que nunca deixaram de ornar as campanhas regionais, ainda mais com tantos candidatos.
Como Alvaro Dias disse que fica neutro na sucessão estadual porque o seu candidato era seu irmão Osmar sua campanha presidencial no Paraná, que tem tudo para ser vitoriosa, seguirá rumo próprio, esperando que alguns dos candidatos até o apoiem, jamais o contrário. Ele fez uma opção ideológica ao exaltar a Lava Jato e sugerir que Sergio Moro seria seu ministro da Justiça, um jogo de símbolos e metáforas que fazem parte do patrimônio pessoal do nosso senador e suas posições de independência e combate.