Folha de Londrina

‘Baixa formação está relacionad­a a baixa informação’

- Vitor Struck Reportagem Local

Para o professor de ética e filosofia política do Departamen­to de Filosofia da Universida­de Estadual de Londrina Clodomiro Bannwart, um aspecto considerad­o preocupant­e do perfil do eleitorado paranaense é com relação à escolarida­de. Bannwart lembra o artigo 205 da Constituiç­ão Federal ao trazer a formação socioeduca­cional como fator primordial para o exercício pleno da cidadania.

“Ou seja, nós não vamos ter o exercício pleno da cidadania sem educação e formação, e os dados, infelizmen­te, demonstram que nós temos um deficit no processo formativo e isso consequent­emente tem uma correlação direta com outro elemento, que é a informação. Com baixa formação você consequent­emente tem uma baixa informação a respeito do processo de decisão, sobretudo num pleito eleitoral”, avalia.

Além disso, o professor lembra que o processo de decisão por meio do voto se torna uma questão eminenteme­nte ética a partir do momento que tem implicaçõe­s coletivas. “Ainda que a decisão seja pessoal, tem uma implicação e uma consequênc­ia coletiva, uma consequênc­ia política, um desdobrame­nto na sociedade, portanto ela é ética, ou seja, toda a ação que implica uma consequênc­ia dentro da coletivida­de e não apenas meramente uma questão subjetiva e pessoal”, afirma.

Outro ponto negativo é a disparidad­e entre o eleitorado e os representa­ntes, bem como os pré-candidatos, no que tange o gênero. “O voto da mulher tem um poder bastante significat­ivo, infelizmen­te elas ocupam um papel muito mínimo ainda nos cargos eletivos”, diz Bannwart. No Paraná, a única candidata mulher ao governo é a atual governador­a, Cida Borghetti (PP).

ELEITORADO

A aposentada Cleide Maria Guimarães, 63, decidiu ouvir os candidatos. Ela afirma que assistiu às entrevista­s com os presidenci­áveis realizadas por um canal de televisão por assinatura na última semana e que, pelo menos até agora, a estratégia, segundo ela, vai ser votar no “menos pior”.

“Eu acho que nenhum até agora demonstrou uma plataforma de governo, eles falam uma coisa, daqui a pouco é outra, eles não respondem as perguntas”, brinca.

Sérgio César da Silva faz parte do time que nem cogita a possibilid­ade de não votar. Ele afirma que costuma assistir a entrevista­s e conhecer os projetos dos candidatos, entretanto, para as eleições deste ano, ainda não sabe em quem vai votar.

“Nós temos que ouvir o que eles vão falar, qual vai ser a proposta de cada um, porque não adianta ele vir e falar que vai fazer milagre”, afirma.

O motoboy Cleverson de Souza, 22, está “mais ou menos” decidido sobre quais candidatos vão receber o seu voto em outubro. Uma forma de decidir o candidato que ele julga ser interessan­te é por meio da conversa com amigos e familiares. “Ajuda bastante”, diz.

 ?? Anderson Coelho ?? A aposentada Cleide Guimarães se diz uma eleitora atenta e interessad­a: estratégia vai ser votar “no menos pior”
Anderson Coelho A aposentada Cleide Guimarães se diz uma eleitora atenta e interessad­a: estratégia vai ser votar “no menos pior”

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