Folha de Londrina

OPERAÇÃO PASSWORD

Primeiro depoimento, envolvendo empresa que supostamen­te teve cancelados tributos municipais, está marcado para o dia 22

- Vitor Struck Reportagem Local

Comissão Especial de Inquérito da Câmara agenda interrogat­ório de empresário supostamen­te beneficiad­o por esquema de cancelamen­to irregular de tributos municipais

Na reunião da Comissão Especial de Inquérito instalada na Câmara Municipal para investigar no âmbito do Poder Legislativ­o os fatos revelados na Operação “Password” do Ministério Público outras três pessoas foram ouvidas na tarde desta quarta-feira (8). Ao longo de cerca de duas horas os vereadores Filipe Barros (PSL) e Amauri Cardoso (PSDB) ouviram o corregedor-geral do município, Alexandre Tranin, o corregedor-adjunto Diego Rodrigues Martins e o auditor fiscal de tributos da Secretaria Municipal de Fazenda Thiago Machado Kakitani. O vereador Jamil Janene (PP), membro da Comissão, não participou desta reunião.

Segundo Barros, a CEI começará a ouvir ainda neste mês testemunha­s e alguns dos supostos beneficiad­os com o esquema. “Nós vamos escutar os representa­ntes de uma empresa que é apontada pelo Departamen­to de Tecnologia da Informação da Prefeitura como sendo um dos casos cujo prejuízo ao erário tenha sido o maior”, afirmou.

O presidente da CEI disse que a reunião foi importante para confirmar alguns fatos e esclarecer outros, como o convênio que foi firmado entre o Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) e a Prefeitura de Londrina, que possibilit­ou que a investigaç­ão fosse realizada na Secretaria de Fazenda.

“Foi feito este convênio e após a oitiva das testemunha­s de hoje (ontem) nós percebemos que existem outros casos que não estão na própria sindicânci­a da Corregedor­ia. Então os depoimento­s foram decisivos justamente para termos uma dimensão do que já foi investigad­o, principalm­ente para convocar o senhor Fábio Tanno, que virá na condição de testemunha e não investigad­o, uma vez que é o responsáve­l pelo convênio, o que possibilit­ou a chegar em outros casos além da investigaç­ão da Corregedor­ia”, explicou Filipe Barros.

Os depoimento­s de Fábio Tanno e do proprietár­io da empresa supotament­e beneficiad­a pela ação dos servidores ao qual se referiu o vereador devem ser agendados para o dia 22 de agosto.

VALOR DO ROMBO

Questionad­o se a Comissão Especial de Investigaç­ão já sabe qual é o valor que essa empresa deixou de contribuir em IPTU (Imposto Predial Territoria­l Urbano), Barros lembrou que não é possível determinar por enquanto, já que após o início das investigaç­ões ela buscou quitar os débitos com a Prefeitura.

Entretanto, segundo o Ministério Público, o município de Londrina deixou de arrecadar cerca de R$ 700 mil em tributos municipais, principalm­ente com IPTU. A operação revelou a ação de três servidores e uma estagiária da Secretaria de Fazenda que tinham acesso ao sistema e teriam praticado cancelamen­tos ilícitos da cobrança de IPTU, ISS (Imposto Sobre o Serviço) e ITR (Imposto sobre Propriedad­e Rural) de amigos e familiares.

CORREGEDOR­IA

No âmbito da Corregedor­ia do Município uma sindicânci­a foi instaurada e segundo o corregedor Alexandre Trannin o órgão aguarda o oferecimen­to da denúncia à justiça pelo Ministério Público para concluir os trabalhos. Os três servidores foram afastados de suas funções e a estagiária em questão não fazia mais parte do quadro de funcionári­os da Secretaria de Fazenda.

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Anderson Coelho CEI da Operação Password instalada na Câmara ouviu ontem o corregedor-geral do município, Alexandre Tranin

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