PEQUENOS MAMÍFEROS -
Projeto desenvolvido no campus visa fazer o levantamento de espécies de roedores no Norte do PR
Projeto promove levantamento de espécies de roedores e marsupiais presentes no Norte do Estado. Pesquisa é feita por meio da captura dos animais e coleta de materiais para identificação mais detalhada das espécies. Armadilhas são montadas no campus da UEL. Estudo já identificou presença de ratos invasores em áreas degradadas.
Projeto desenvolvido na UEL (Universidade Estadual de Londrina) tem o objetivo de fazer um levantamento das espécies de pequenos mamíferos presentes na região Norte do Estado, por meio da captura de roedores e marsupiais. A coleta, que acontece desde abril, é feita por meio de armadilhas instaladas no campus da instituição (zona oeste). As armadilhas são recolhidas periodicamente e a intenção é que a o trabalho se estenda até outubro, quando uma nova fase será iniciada.
“Muitas vezes é trabalhada a fauna de médio e grande porte, com registro fotográfico, de atropelamentos, por exemplo. Já a de pequeno porte é mais complicado, porque tem que coletar e fazer uma análise. Tínhamos o material para fazer a amostragem, que foi deixado por outro professor, e pensamos em iniciar a coleta, podendo expandir para outras áreas”, explica Ana Paula Vidotto Magnoni, coordenadora do projeto de pesquisa, e professora do Departamento de Biologia Animal e Vegetal, do CCB (Centro de Ciências Biológicas).
Segundo ela, um aluno de doutorado teve a ideia de levantar a bibliografia das espécies que habitam a região e isso somou-se a um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) que vem sendo desenvolvido por três alunas do CCB, que tem proposta neste sentido. Outros quatro estudantes de iniciação científica estão colaborando.
REVEZAMENTO
A cada duas noites as armadilhas são montadas em dois locais, enquanto que no horto florestal da UEL ela é deixada de maneira fixa. Ao todo são cinco lugares: orquidário, mata próxima à capela, CTU (Centro de Tecnologia e Urbanismo), horto próximo ao Labesc (Laboratório Escola de Pós-Graduação) e estação de piscicultura. “Com exceção do horto florestal, nos outros lugares revezamos as armadilhas ao longo das semanas. A cada cinco semanas se repete o mesmo local”, destaca a professora.
Após capturados, por meio de iscas colocadas nos recipientes, os roedores são pesados, medidos e coletadas amostras de pelos para uma identificação mais detalhada. “Isso é preciso porque a estrutura do pelo tem uma característica especifica. Faz a identificação de campo, mas depois confirma em laboratório”, pontua. Posteriormente os bichos são devolvidos à natureza. “Fazemos a marcação quando temos a certeza da espécie e queremos a recaptura. Marcamos os animais com esmalte colorido na ponta do rabo e da pata. Já vimos várias recapturas”, acrescenta.
LISTA
Dos animais apanhados durante os últimos meses, os pesquisadores já elencaram algumas percepções importantes para o levantamento. “Temos visto a tendência para espécie de ratos invasores, que são as ratazanas, ratos de esgoto e camundongos, em áreas mais degradadas. Já em áreas mais íntegras, como o horto florestal, temos observado a presença de espécie nativa, os silvestres, que são os que realmente ocorrem na fauna.”
A intenção é fazer diversas publicações a partir do que for apurado, também gerando uma lista de espécies de mamíferos de pequeno porte no Estado, o que ainda não existe. Magnoni destaca que o grande desafio está sendo conscientizar os estudantes da universidade a não mexerem nas gaiolas, pois isso pode prejudicar o trabalho. Um e-mail para todos os universitários chegou a ser enviado recentemente alertando para não haver contato com as armadilhas. “Existe um pensamento do rato como um ser que tem que ser exterminado, inclusive os selvagens, mas não é bem assim”, adverte.