Folha de Londrina

PEQUENOS MAMÍFEROS -

Projeto desenvolvi­do no campus visa fazer o levantamen­to de espécies de roedores no Norte do PR

- Pedro Marconi Reportagem Local

Projeto promove levantamen­to de espécies de roedores e marsupiais presentes no Norte do Estado. Pesquisa é feita por meio da captura dos animais e coleta de materiais para identifica­ção mais detalhada das espécies. Armadilhas são montadas no campus da UEL. Estudo já identifico­u presença de ratos invasores em áreas degradadas.

Projeto desenvolvi­do na UEL (Universida­de Estadual de Londrina) tem o objetivo de fazer um levantamen­to das espécies de pequenos mamíferos presentes na região Norte do Estado, por meio da captura de roedores e marsupiais. A coleta, que acontece desde abril, é feita por meio de armadilhas instaladas no campus da instituiçã­o (zona oeste). As armadilhas são recolhidas periodicam­ente e a intenção é que a o trabalho se estenda até outubro, quando uma nova fase será iniciada.

“Muitas vezes é trabalhada a fauna de médio e grande porte, com registro fotográfic­o, de atropelame­ntos, por exemplo. Já a de pequeno porte é mais complicado, porque tem que coletar e fazer uma análise. Tínhamos o material para fazer a amostragem, que foi deixado por outro professor, e pensamos em iniciar a coleta, podendo expandir para outras áreas”, explica Ana Paula Vidotto Magnoni, coordenado­ra do projeto de pesquisa, e professora do Departamen­to de Biologia Animal e Vegetal, do CCB (Centro de Ciências Biológicas).

Segundo ela, um aluno de doutorado teve a ideia de levantar a bibliograf­ia das espécies que habitam a região e isso somou-se a um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) que vem sendo desenvolvi­do por três alunas do CCB, que tem proposta neste sentido. Outros quatro estudantes de iniciação científica estão colaborand­o.

REVEZAMENT­O

A cada duas noites as armadilhas são montadas em dois locais, enquanto que no horto florestal da UEL ela é deixada de maneira fixa. Ao todo são cinco lugares: orquidário, mata próxima à capela, CTU (Centro de Tecnologia e Urbanismo), horto próximo ao Labesc (Laboratóri­o Escola de Pós-Graduação) e estação de piscicultu­ra. “Com exceção do horto florestal, nos outros lugares revezamos as armadilhas ao longo das semanas. A cada cinco semanas se repete o mesmo local”, destaca a professora.

Após capturados, por meio de iscas colocadas nos recipiente­s, os roedores são pesados, medidos e coletadas amostras de pelos para uma identifica­ção mais detalhada. “Isso é preciso porque a estrutura do pelo tem uma caracterís­tica especifica. Faz a identifica­ção de campo, mas depois confirma em laboratóri­o”, pontua. Posteriorm­ente os bichos são devolvidos à natureza. “Fazemos a marcação quando temos a certeza da espécie e queremos a recaptura. Marcamos os animais com esmalte colorido na ponta do rabo e da pata. Já vimos várias recapturas”, acrescenta.

LISTA

Dos animais apanhados durante os últimos meses, os pesquisado­res já elencaram algumas percepções importante­s para o levantamen­to. “Temos visto a tendência para espécie de ratos invasores, que são as ratazanas, ratos de esgoto e camundongo­s, em áreas mais degradadas. Já em áreas mais íntegras, como o horto florestal, temos observado a presença de espécie nativa, os silvestres, que são os que realmente ocorrem na fauna.”

A intenção é fazer diversas publicaçõe­s a partir do que for apurado, também gerando uma lista de espécies de mamíferos de pequeno porte no Estado, o que ainda não existe. Magnoni destaca que o grande desafio está sendo conscienti­zar os estudantes da universida­de a não mexerem nas gaiolas, pois isso pode prejudicar o trabalho. Um e-mail para todos os universitá­rios chegou a ser enviado recentemen­te alertando para não haver contato com as armadilhas. “Existe um pensamento do rato como um ser que tem que ser exterminad­o, inclusive os selvagens, mas não é bem assim”, adverte.

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Gustavo Carneiro
 ?? Gustavo Carneiro ?? Coleta é realizada por meio de armadilhas; trabalho segue até outubro
Gustavo Carneiro Coleta é realizada por meio de armadilhas; trabalho segue até outubro

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