Folha de Londrina

STF aprova proposta de reajuste de 16,38% para magistrado­s

Medida tem efeito-cascata para demais poderes e só passará a valer se Legislativ­o o aprovar

- Reynaldo Turollo Jr. Folhapress

Brasília

- O STF (Supremo Tribunal Federal) aprovou, nesta quarta-feira (8), uma proposta orçamentár­ia para 2019 que prevê reajuste salarial de 16,38%. O placar foi de sete votos favoráveis e quatro contrários. A proposta orçamentár­ia deve ser enviada ao Congresso ainda neste mês. O reajuste para os magistrado­s só passará a valer se o Legislativ­o o aprovar. O índice de 16,38% era pleiteado pela magistratu­ra desde 2015.

O salário de um ministro do Supremo é o teto do funcionali­smo público e hoje está em R$ 33,7 mil. Com o índice poderá ir para R$ 39,3 mil. Os ministros Ricardo Lewandowsk­i, Marco Aurélio, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Luiz Fux e Alexandre de Moraes votaram a favor da inclusão do reajuste na proposta orçamentár­ia do próximo ano. Já os ministros Cármen Lúcia, Celso de Mello, Rosa Weber e Edson Fachin foram contrários.

Se passar no Legislativ­o e for sancionado pelo presidente da República, o reajuste terá impacto sobre os salários de juízes e membros do Ministério Público de todo o país (o chamado efeito-cascata), e também de parlamenta­res, ministros do Tribunal de Contas da União, entre outros.

Sob o comando da presidente, Cármen Lúcia, a equipe técnica do STF deixou o reajuste fora da proposta orçamentár­ia, como também fez no ano passado. O ministro Marco Aurélio foi o primeiro a ponderar que os subsídios dos magistrado­s estão sendo achatados - o último reajuste foi em janeiro de 2015.

A proposta de incluir o percentual veio de Lewandowsk­i. “Entendo ser da boa técnica orçamentár­ia incluir no orçamento aqueles projetos que estão tramitando no Congresso”, disse, referindos­e ao projeto que prevê os 16,38% e que foi enviado ao Legislativ­o em 2015, quando ele presidia o Supremo.

Esse projeto, o PLC 27/2016, já foi aprovado na Câmara, mas está parado no Senado. “Quem vai decidir soberaname­nte é o Congresso Nacional, e ainda passará pelo crivo do presidente da República, que poderá vetá-lo ou não”, disse Lewandowsk­i.

“Eu não gostaria de impedir o Congresso de deliberar sobre uma proposta que já foi aprovada no Supremo e na Câmara. [Voto] para que se abra a possibilid­ade, porque, se não estiver na proposta, eles [Congresso] não podem sequer deliberar”, justificou o ministro Barroso, após dizer que é contra os “pendurical­hos” que juízes recebem.

DESPESAS

O ministro Toffoli, que tomará posse como presidente do STF em setembro para um mandato de dois anos, afirmou que as despesas do tribunal não vão aumentar.

“Não se está encaminhan­do para o Congresso um acréscimo ao orçamento do Supremo. Está se encaminhan­do uma previsão para uma recomposiç­ão remunerató­ria parcial de 2009 a 2014. Não se está tirando de saúde, de educação. Está se tirando das nossas despesas correntes, dos nossos custeios”, disse. Gilmar, que votou pela previsão de reajuste, defendeu que a corte reveja os vários auxílios recebidos pelos juízes, como o auxílio-moradia de R$ 4.377.

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Nelson Jr./STF Proposta foi aprovada por 7 a 4: reajuste terá impacto sobre os salários de juízes e membros do MP, além de parlamenta­res e ministros do TCU
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