Prometer mudança sem articulação é mentira, diz Alckmin
São Paulo - Ao defender a aliança feita com os partidos do chamado centrão (DEM, PP, PR, PRB e SD), o candidato do PSDB ao Planalto, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quarta (8) que quem diz que vai fazer mudança sem se coordenar com outras siglas está mentindo. “Quem prometer mudança sem ter articulação política é mentira”, afirmou, em evento promovido pelo BTG Pactual, para uma plateia de clientes e convidados, em São Paulo.
Bastante questionado na sabatina sobre a possível rejeição à aliança pelo eleitorado descrente da classe política, Alckmin disse concordar que “a política está no chão”, mas defendeu que “todos os partidos têm boas pessoas”.
“Eu fui superelogiado porque escolhi a Ana Amélia, senadora do Rio Grande do Sul, premiadíssima. É do PP. Então você tem bons quadros em todos os partidos. Os partidos todos estão fragilizados”, disse. “O que vai valer nessa eleição? É a mensagem, a confiança.”
O ex-governador de São Paulo ainda alfinetou outros candidatos como Ciro Gomes (PDT) afirmando que “todo mundo” tentou fazer aliança com o centrão. “É que eles não conseguiram, mas todo mundo correu atrás dos partidos, porque isso é necessário para ganhar eleição e para governar”, disse.
Alckmin, que conseguiu o maior tempo de propaganda em TV e rádio por causa do acordo com os cinco partidos, seguiu sustentando que ela será fundamental nesta eleição. “A TV não ganha, ela complementa [as plataformas digitais] e vem num momento crucial”, disse.
Fazendo piadas e citando de Enéas ao poeta Olavo Bilac (1865-1918), Alckmin disse que não dará show para agradar o eleitorado. Ainda seriam sabatinados ontem os candidatos Álvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT) e Henrique Meirelles (MDB).
DEBATE NA BAND
Impossibilitado de protagonizar o debate entre presidenciáveis, na noite desta quinta-feira (9), o vice da chapa de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, Fernando Haddad, não descarta a hipótese de ir como credenciado aos estúdios da Rede Bandeirantes. Segundo petistas, a ideia é que Haddad e a futura vice da chapa, a deputada estadual Manuela D’Ávila (PC do B-RS), assistam da plateia ao embate entre seus adversários, concedendo entrevistas e comentando respostas durante os intervalos.
Ainda de acordo com petistas, o partido tem à disposição credenciais que dão acesso ao estúdio. Além de ocupar assentos na plateia, os petistas organizam manifestações nas ruas de acesso à emissora. Como Lula está preso, Haddad não obteve autorização para representá-lo. Mas cresce, no partido, a tese de que devam estar presentes no debate.