PIRES NA MÃO
Por falta de recursos, organização adia abertura da 50a edição do Filo; evento será realizado em outubro e dezembro
A abertura da 50ª edição do Filo (Festival Internacional de Londrina) foi adiada por falta de recursos. Inicialmente, a previsão era que o evento começasse em agosto, mas o festival deverá ocorrer em dois momentos: 20 a 28 de outubro e de 6 a 21 de dezembro. A informação foi dada na manhã de sexta-feira (10), em coletiva de imprensa, pelo diretor do festival, Luiz Bertipaglia, que estava acompanhado do vice-reitor da UEL (Universidade Estadual de Londrina), Décio Sabbatini Barbosa. A única verba prevista e certa, até o momento, para realização do evento é no valor de R$ 350 mil, referente ao Promic (Programa Municipal de Incentivo à Cultura) e com o apoio da Unimed Londrina e outros recursos, pode chegar a R$ 500 mil. A UEL, por sua vez, atua como co-realizadora. A expectativa de arrecadação para a realização desta edição comemorativa de 50 anos seria no valor de R$ 1,645 milhão.
Os dois grandes patrocinadores de anos anteriores, Petrobras e Caixa Econômica Federal, não vão participar deste ano, causando uma redução estimada em R$ 500 mil e R$ 150 mil, respectivamente. O restante seria completado com verba do Profice (Programa de Fomento e Incentivo à Cultura do Paraná) no valor de R$ 645 mil, que também não virá, e outras formas de captação via Lei Rouanet. “Somente em março que ficamos sabendo dessa situação da Petrobras, por conta da Lei das Estatais, que foi modificada e entrou em vigor em fevereiro deste ano. Dessa forma, não poderá haver repasse de verba para publicidade e patrocínio em ano de eleição. Ano passado, a Caixa também não abriu edital que sempre participamos. Para completar, não ganhamos o edital do Profice cujo valor, por sua vez, será repassado integralmente a um grupo de teatro de Curitiba”, detalha.
Segundo o diretor, todos os esforços foram feitos com vários empresários locais e representantes do Governo do Estado para tentar reverter a situação. “Todos os anos temos dificuldades de captação, mas, em 2018, vários obstáculos apareceram ao mesmo tempo. Estamos aqui, hoje, expondo toda nossa dificuldade para a comunidade e empresariado londrinense para que abracem nossa causa.” Na próxima semana, o Filo deve lançar uma campanha para sensibilização e mobilização da comunidade de Londrina a fim de arrecadar verba para o aprimoramento da programação. “Não vamos conseguir o montante planejado, mas o máximo que conseguirmos já vai ajudar na ampliação da programação. É momento de todos se envolverem neste projeto tão importante para a cidade de Londrina”, completa Bertipaglia.
Com esta sensibilização, o diretor estima que, ao menos, a verba chegue na casa de R$ 1 milhão. A edição do ano passado foi executada com valor de cerca de R$ 1,4 milhão. Questionado sobre a realização de outros festivais tradicionais pelo país, como Rio Preto (SP) e Porto Alegre (RS), o diretor diz que estes são totalmente feitos pelas prefeituras. “No caso de Londrina, recebemos patrocínio, que é muito importante, mas não é o suficiente para a execução. Outros festivais Brasil afora que não são realizados pelo poder público também estão sofrendo da mesma situação.” A ideia inicial dessa edição comemorativa do Filo era de que companhias que já participaram nestas cinco décadas viessem como convidadas especiais, além de abrir espaço para novos espetáculos em circulação nacional e internacional. Nenhum contrato dessas companhias, porém, chegou a ser formalizado.