Folha de Londrina

‘Ter o sobrenome completou’

- (E.G)

Este Dia dos Pais terá um gosto especial para a estudante de biomedicin­a Gabriela Miranda Luiz Marasca Guerra e o funcionári­o público Ronaldo Oliveira Guerra, já que será a primeira comemoraçã­o em que eles oficialmen­te serão pai e filha.

Ele conta que começou a se relacionar com a mãe de Gabriela, a advogada Ramadis Miranda Luiz Guerra há 18 anos, quando a menina tinha quase dois anos de idade. Foram oito anos de namoro, dez de casamento, nasceu a caçula Ana Clara e o amor entre pai e filha só crescia. Partiu de Gabriela a vontade de ter o nome do pai socioafeti­vo, mas até então o procedimen­to era demorado e feito somente por via judicial, sem a certeza de que o juiz concederia.

“Fomos deixando, mas para mim ela sempre foi minha filha, sempre se relacionou com toda a família. Na escola ela chegou a assinar Guerra quando pequena, eles nos chamaram para conversar e explicar que não poderia”, conta Ronaldo.

“Tenho bastante proximidad­e com a família do meu pai, tenho primos em idade próxima e eu queria ter o mesmo nome que eles. Quando comecei a escrever nas provas disseram que por ser um documento eu não poderia fazer isso. Quando minha mãe descobriu que poderíamos fazer (a alteração) no cartório, fomos ver. Ele é meu pai, não me lembro de estar sem ele. Ter o sobrenome completou, foi o fechamento com chave de ouro”, diz.

O procedimen­to foi todo feito em cartório, mediante a assinatura dos pais biológicos, de Gabriela e de Ronaldo. Além do nome do pai socioafeti­vo na certidão de nascimento, ela também ganhou dois avós. “Foi uma surpresa, eu não tinha pensado nisso e quando contei para a família todo mundo ficou feliz”, afirma Gabriela.

Ronaldo relata que só sentia falta do registro oficial quando a identifica­va como filha e não tinha como comprovar, como em viagens. “Tinha ocasiões em que as pessoas não entendiam, elas olhavam o documento e não tinha o meu nome. As pessoas veem documento, não veem afeto”, lamenta.

Para Ramadis, ver os laços de amor entre pai e filha a faz ter a sensação de dever cumprido. “Aí você vê que fez a escolha certa. Quando o filho escolhe (o marido como pai) é porque você acertou!”

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Arquivo Pessoal Gabriela com o pai Ronaldo Guerra, a mãe Ramadis Guerra e a irmã Ana Clara: afeto reconhecid­o no papel

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