CELEBRAÇÃO
Arcebispo fala sobre os primeiros doze meses à frente da Arquidiocese de Londrina
Missa de Ação de Graças celebrada ontem na Catedral Metropolitana marcou o primeiro ano de dom Geremias Steinmetz à frente da Arquidiocese de Londrina. “Tomamos decisões importantes e vamos continuar em frente com coragem e esperança”, disse à FOLHA.
Uma missa de Ação de Graças celebrada neste domingo (12), na Catedral Metropolitana de Londrina, marcou o primeiro ano de dom Geremias Steinmetz à frente da Arquidiocese de Londrina. O arcebispo dedicou estes doze meses para conhecer a realidade da arquidiocese, implantou mudanças na Igreja como as transferências dos padres, anunciadas no fim do ano passado, e foi alvo de críticas com a realização do 14ª Intereclesial, que ocorreu em janeiro.
“Foi um ano positivo. Trabalhamos e caminhamos bastante. Tomamos decisões importantes e vamos continuar em frente com coragem e esperança”, comentou dom Geremias. Segundo ele, a polêmica com a transferências dos padres foi causada por más interpretações. “Passamos por cima disso e agora está tudo normal”, afirmou.
Fazendo um balanço, o arcebispo destacou pontos importantes como a preocupação com a formação permanente do clero, da catequese e a cons- trução do novo plano da ação evangelizadora.
“Tenho procurado estar presente nos seminários para conversar com os alunos, mas também procurei dedicar tempo ao clero, conhecer e, especialmente, acompanhar aqueles que estão em dificuldades”, afirmou o arcebispo.
O novo plano de ação evangelizadora, segundo dom Geremias, deve levar em consideração a cultura urbana em que vivemos. “Todo mundo está no celular tomando decisões constantemente. Essas questões vão moldando a cultura urbana e nós, enquanto evangelizadores, como vamos intervir para o Evangelho esteja presente no dia a dia? Precisamos de planejamento. Conversa, ouvir especialistas, os agentes de evangelização, os formadores de opinião como o Papa Francisco, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), teólogos”, disse arcebispo.
Dom Geremias também enfatizou que é necessário colocar em prática o que já está previsto no plano atual , que foi elaborado em 2014, como o fortalecimento dos grupos de família, as SMP (Santas Missões Populares), a formação dos ministros e das pastorais. “Analisou-se os problemas e perguntamos quais questões ou indicações pastorais que temos que fazer continuar na arquidiocese, tendo em vista que somos uma diocese urbana”, explicou.
QUESTÕES SOCIAIS
Dom Geremias deseja implementar ações com mais apelo na área social. “A Igreja está tentando fazer um trabalho no âmbito social. Sabemos dos problemas das drogas, do desemprego. Também devemos entrar em questões como a violência da mulher, que precisa de um trabalho amplo com pessoas capacitadas e preparadas, da Justiça”, afirmou o arcebispo.
Ele lembrou da participação da Igreja nas discussões sobre a ocupação do Residencial Flores do Campo, zona Norte, para evitar o despejo das famílias, além da atuação dos agentes ligados a pastorais penitenciária, dos menores, das mulheres. “Creio que temos que avançar. A CNBB nos cobra há tempo que precisamos trabalhar mais as questões dos conselhos de direito”, disse.
Em Paranavaí (Noroeste), segundo dom Geremias, os católicos ocupam espaço importantes nos conselhos municipais. “É um espaço de diálogo interessante. É um campo que se pode avançar”, comentou.
ELEIÇÕES
No começo do mês, a Arquidiocese de Londrina lançou a “Cartilha de Orientação Política: Os cristãos e as eleições 2018”. Produzido pelo Regional Sul 2 da CNBB, o objetivo da cartilha é levar aos eleitores e candidatos subsídios para o entendimento das questões éticas, políticas e históricas do País.
Para dom Geremias, este é o momento que o povo precisa dar a sua colaboração na construção do país. “Não podemos deixar de votar. As pessoas precisam conhecer a vida dos candidatos, a ideologia dos partidos. É um ano que devemos dar a nossa colaboração, mas é necessário que o povo se conscientize e vá as urnas”, afirmou.