Folha de Londrina

Próximo presidente terá reforma tributária pronta para votar

- Agência Brasil

São Paulo - Após as eleições, comissão especial da Câmara dos Deputados terá pronta para votar nova legislação tributária. A proposta promete racionaliz­ar, tornar mais justa e eficiente a cobrança de impostos e contribuiç­ões no País. A promulgaçã­o da Proposta de Emenda Constituci­onal nº 293/04, no entanto, só poderá ocorrer após o fim da vigência da intervençã­o federal na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro (decreto nº 9.288/18), prevista para 31 de dezembro de 2018. O calendário de tramitação final coincide com o início do mandato do novo presidente a ser eleito em outubro.

O próximo mandatário poderá se beneficiar da convergênc­ia, segundo especialis­tas, em torno das necessidad­es de mudança na lei tributária, para simplifica­r a cobrança, acabar com a guerra fiscal entre os estados e diminuir os chamados “efeitos regressivo­s” - que tendem a onerar os contribuin­tes de renda menor.

Esses problemas são apontados por especialis­tas de entidades e órgãos diferentes como o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal, o CCiF (Centro de Cidadania Fiscal) e o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamen­to e Tributação), responsáve­l pelo o cálculo do Impostômet­ro.

IVA

Nas propostas há diferenças quanto à abrangênci­a da reforma, prazos, gradualism­o, repartição da arrecadaçã­o, peso das alíquotas e autonomia das unidades da Federação para tributar. É quase senso comum a criação do IVA (Imposto de Valor Adicionado).

Alexandre Ywata, diretor de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do Ipea, defende a adoção do IVA e explica como funciona o imposto. “A empresa tem sua receita em função da venda de seu produto ou serviço. Dessa receita que será tributada, desconta-se antes o gasto com os insumos oferta daquele bem (matéria prima, transporte, energia, consultori­as). Assim, uma empresa que teve faturament­o de R$ 2 milhões e que tem gastos de R$ 1,8 milhão com insumos, e terá tributação em cima de R$ 200 mil”.

Na PEC, em fase final de acolhiment­o de emendas, o IVA substitui o ICMS, IPI, ISS, Cofins, salário-educação.

A reforma descrita na proposta de emenda constituci­onal também acaba com o IOF e ainda estabelece um imposto seletivo para arrecadaçã­o federal sobre energia elétrica, combustíve­is líquidos e derivados, comunicaçã­o, cigarros bebidas e veículos; entre outras medidas.

O relator da proposta, deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), afirma que não haverá aumento da carga tributária e nem perda de arrecadaçã­o para a União e para os estados. No caso dos municípios, esses receberão mais tributos. Hauly acredita que haverá mais recursos com aumento da eficiência de arrecadaçã­o, diminuição de litígios e da burocracia. “Ao simplifica­r e eliminar nove tributos da base de consumo substituir pelo IVA e um apêndice, vamos diminuir totalmente a burocracia”, prevê.

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