Na sua quarta temporada, Londrina Hockey já é referência
Em apenas quatro temporadas de existência, a equipe feminina do Londrina Hockey Club se tornou uma referência da modalidade no Brasil. Apesar do hóquei sobre a grama ser um esporte ainda pouco praticado no País, o trabalho realizado na cidade chama a atenção pelas conquistas e revelação de novas atletas.
Fundando em 2015, o clube foi vice-campeão brasileiro adulto na sua primeira temporada e agora está de volta à semifinal do Nacional, em busca de um título inédito. Depois de terminar em terceiro lugar no seu grupo na primeira fase, as londrinenses passaram por Deodoro e Carioca e agora enfrentam a equipe do Floripa (SC), no sábado (18).
“Acredito que teremos muita dificuldade, porque Florianópolis é um time muito tradicional. Mas temos condições de ir mais longe”, apontou a técnica Jayne Borim. A outra semifinal será entre Macau (SP) e Rio Hockey (RJ). Os vencedores decidem o título no domingo (19). Todos os jogos decisivos acontecem no Rio de Janeiro, onde existe o único campo oficial de hóquei no Brasil.
Diferentemente dos anos anteriores, quando sempre contou com pelo menos duas argentinas na equipe, o Londrina Hockey Club, com um elenco composto por 18 atletas, tem hoje 95% de jogadoras da cidade, reveladas no clube. As duas únicas exceções são a defensora Luciana Peralta e a meia Wanda Olivares, que também jogam na Argentina, uma das potências mundiais da modalidade.
O trabalho de base tem surtido efeito, com a formação de novas jogadores para o time principal e também conquistando títulos. A equipe sub-18 de Londrina foi bicampeã brasileira em 2016 e 2017 e este ano foi vice-campeã. “Quando começamos o projeto, chegamos com uma realidade diferente das demais equipes, com treinos diários e uma preparação bem forte. Isso obrigou os outros clubes a também se profissionalizarem mais e com isso o nível da competição melhorou muito nos últimos anos”, apontou Borim.
Os bons resultados têm levado diversas jogadoras de Londrina a serem convocadas para a seleção brasileira. Quatro delas estão pré-convocadas para a disputa da eliminatória pan-americana, que vale duas vagas para a Liga Mundial. As atacantes Micaela e Amanda e as meias Kauana e Alecssandra iniciam os treinamentos no fim do mês.
“Acredito que as quatro têm condições de ficarem na lista final. Além delas, temos muitas outras atletas jovens com muito potencial surgindo”, frisou Cosme Buzzachera, professor da Unopar, fisiologista da CBHG (Confederação Brasileira de Hóquei sobre a Grama) e coordenador da equipe.
A atacante Micaela começou no hóquei em 2015 e desde então tem sido convocada em todas as competições da seleção brasileira. “Acredito que isso é fruto do trabalho e da dedicação. Tenho conseguido manter um bom desempenho”, afirmou a jogadora de 19 anos. Sobre a semifinal, a londrinense está otimista: “Nosso time cresceu muito ao longo da competição e surpreendemos muita gente. Queremos, no mínimo, um pódio”.