Folha de Londrina

POBRE FUTEBOL DOS PINHEIRAIS

- FÁBIO GALÃO

Desconfio que anos loucos como 1977, 85, 2001 e 2006 não devem se repetir

Do jeito que aconteceu, ficou com cara de piada: no último minuto do último jogo no fim de semana de um time paranaense em qualquer uma das divisões do Campeonato Brasileiro, o futebol dos pinheirais finalmente marcou seu único gol nas cinco partidas em que foi representa­do. Coube ao paranista Alex Santana, aos 50 minutos do segundo tempo do jogo contra o Botafogo na Vila Capanema, empatar a peleja e fazer nosso “gol de honra” neste domingo (12).

Claro que para o Paraná Clube pouco represento­u: o time chegou ao quarto jogo sem vitória na Série A e segue segurando a lanterna, com constrange­dores 26% de aproveitam­ento. O Londrina abriu o final de semana paranaense fazendo aquilo que está fazendo melhor em 2018 – passando vexame – e perdendo para o lanterna Boa Esporte em Varginha por 1 a 0 na sexta-feira (10). Ocupa a ZR da Série B.

Também na sexta, o Coritiba, agora décimo colocado da Segundona, empatou sem gols no Couto Pereira com outro ocupante da área de degola, o Sampaio Corrêa, e demitiu o técnico Eduardo Baptista. Assim como o LEC, desconhece vitória há três jogos. Apesar do status de campeão brasileiro, não consegue entrar no G4 de uma das piores Séries B dos últimos tempos.

O Atlético, que empatou em 0 a 0 com o Ceará (outro ocupante da ZR na sua divisão, veja só) no sábado (11) em Fortaleza, ainda se engana com a Copa Sul-Americana, mas eliminar o Peñarol, consideran­do a insignific­ância do futebol de clubes do Uruguai hoje, não chega a ser grande coisa. O Furacão segue na faixa de descenso da Série A, apenas um ponto acima do rival Paraná.

Até o Operário, nosso representa­nte na Série C e que vinha bem, tropeçou e na última rodada da primeira fase perdeu para o já eliminado Luverdense por 1 a 0 no sábado. Terminou em segundo no seu grupo, após liderar a chave durante grande parte da fase de classifica­ção, e agora vai enfrentar no mata-mata o Santa Cruz, time com camisa umas mil vezes mais pesada que a do Fantasma e do Botafogo da Paraíba, que enfrentari­a se tivesse terminado em primeiro.

O fim de semana tenebroso do nosso futebol, com nenhuma vitória e apenas um gol marcado, não pode ser creditado unicamente à falta de organizaçã­o dos nossos clubes. A maioria dos chamados 12 grandes brasileiro­s é gerida de forma tão deficiente quanto os nossos representa­ntes, mas eles têm a seu favor o fosso financeiro cada vez maior entre grandes e médios/pequenos times do futebol nacional – tendência importada da Europa. Com as definições das séries A e B ainda longe (na C, a água já ferve agora), não é o momento de se desesperar. Mas desconfio que anos loucos como 1977, 85, 2001 e 2006 não devem se repetir.

esporte@folhadelon­drina.com.br

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