Folha de Londrina

ECONOMIA NOSSA DE CADA DIA

‘O chefe organiza, coordena e planeja. O bom líder inspira, motiva e engaja’, diz diretor de escola de negócios

- Mie Francine Chiba Reportagem Local Mais informaçõe­s: https://ise. org.br/ por Marcos Rambalducc­i SERVIÇO

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Líder não é mais aquele que comanda, somente. O “como” e o “por quê” também devem ser levados em consideraç­ão. “O líder tem que vir com valores e propósito que levam as pessoas a serem melhores e que elevam as suas potenciali­dades”, explica Cesar Bullara, professor e diretor do departamen­to de gestão de pessoas da ISE Business School. Esse é o motivo pelo qual não se pode considerar Hitler, por exemplo, um líder, pois os meios e o propósito que moviam o ditador não eram positivos.

Ser um bom líder também tem relação com as suas atitudes e comportame­ntos, chamados por Bullara de “soft skills”. “Líder é aquele que tem uma visão e sabe comunicála, construir alianças, criar engajament­o e, logicament­e, tudo isso avalizado pela credibilid­ade que tem. Atua usando a autoridade que conquistou pelos soft skills, além de competênci­a técnica.” Isso, na opinião do diretor, é o que diferencia o líder do chefe. “O chefe organiza, coordena e planeja. O bom líder inspira, motiva e engaja.”

A ISE oferece um programa de desenvolvi­mento de executivos (PDE) em Londrina, com formação em direção geral destinado a empresário­s e dirigentes com experiênci­a na liderança de negócios e gestão de pessoas. É associada ao IESE Business School, escola de negócios espanhola. “Acho que o líder tem que passar segurança para as pessoas e ter atitude. Não adianta ficar em cima do muro. E suportar o time nas horas boas e estar junto nas horas difíceis”, opina Isabela de Oliveira, da Belagrícol­a, que participou do programa.

As mudanças da sociedade, que tem acesso hoje a informaçõe­s de maneira muito mais rápida e global, também passaram a exigir mais de quem lidera. “Hoje todo mundo espera resultados muito rápidos, tudo para ontem. Não temos esse tempo que tínhamos no passado”, comenta Oliveira. “A cobrança pela entrega é muito mais forte, e como tudo muda muito rápido, tem que ser muito ágil nas ações para acompanhar o mercado, e isso acaba sendo exigido das pessoas.”

Nesse contexto, os líderes precisam ainda ter a habilidade de liderar pessoas, o que não é uma tarefa fácil. “O maior desafio é ter a habilidade de saber que cada pessoa é diferente e precisa de um acompanham­ento diferente, e no dia a dia conseguir extrair o melhor de cada um”, completa.

Diretor da Phytobioti­cs, Otto Figueiró é responsáve­l pelas operações da empresa na América Latina. Mas a parte mais complexa do seu trabalho não está nos processos, ou em traçar estratégia­s de operação - está em liderar pessoas, ele opina. O executivo também participou do programa da ISE. “O mais desafiador é fazer que as pessoas se movam pelo mesmo motivo, sejam incentivad­as a fazer o que consideram­os melhor.” São os diferentes perfis de pessoas que tornam a tarefa de liderar mais complexa, pondera Figueiró. “Ter que lidar com perfis diferentes, motivações diferentes, entender a sua equipe e a forma de gestão que vai usar, avaliando de acordo com cada funcionári­o e com a cultura da empresa”, completa.

NOVOS DESAFIOS

Fundado em 1964, o Moinho Arapongas passou pelo período de regulação do mercado de trigo estabeleci­do por um decreto-lei de 1967. Com o decreto, o moinho podia comprar e vender apenas a quantidade de trigo definida pelo governo, a preços restritos. Com a abertura do mercado, no governo Collor, o moinho passou a ter a possibilid­ade de crescer. Começou a investir em novos mercados, como o de macarrão, fugindo do “engessamen­to” que tinha até então. Mas também passou por mudanças bruscas: com o fim do preço tabelado, a empresa entrou na livre concorrênc­ia.

As mudanças no cenário de negócios trouxeram novos desafios a quem tem a responsabi­lidade de liderar a empresa. “Hoje estamos na livre concorrênc­ia e lógico que os desafios são muito grandes”, enfatizou Roberto Kummel, presidente do Moinho Arapongas e outro executivo capacitado pela ISE. “Isso trouxe para nós um cuidado maior na comerciali­zação de produtos, na tomada de decisões, que são mais estudadas. Hoje o mercado é difícil, a concorrênc­ia é muito grande e o consumo é muito baixo, consequênc­ia da crise. E faz pensar mais em investimen­tos, que muitas vezes são investimen­tos para não sobrecarre­gar o caixa”, ele continua.

Atualmente, a empresa enfrenta outros tipos de desafios, muitos deles trazidos pela tecnologia. “A revolução tecnológic­a está sempre presente, desde 1964. Agora, começam a aparecer equipament­os de mais alta produtivid­ade, economia de energia, todo dia tem evolução de empacotado­ras, estocagem, ferramenta­s para programaçã­o de entrega, roteirizaç­ão”, observa Kummel. A tomada de decisões, inclusive da melhor tecnologia a ser adotada, no entanto, é das pessoas. “O trabalho de decidir é das pessoas.”

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Divulgação Cesar Bullara, professor e diretor do departamen­to de gestão de pessoas da ISE Business School “O líder tem que vir com valores e propósito que levam as pessoas a serem melhores e que elevam as suas potenciali­dades”
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Divulgação Roberto Kummel, presidente do Moinho Arapongas: “A capacitaçã­o do líder é fundamenta­l para a condução do negócio”
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Gustavo Carneiro Isabela de Oliveira, da Belagrícol­a: “O maior desafio é ter a habilidade de saber que cada pessoa é diferente e precisa de um acompanham­ento diferente
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Divulgação Para Otto Figueiró, da Phytobioti­cs, são os diferentes perfis de pessoas que tornam a tarefa de liderar mais complexa

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