EMPREGOS
Índice que agrega os desocupados, os subocupados por insuficiência de horas e a força de trabalho potencial mostra relativa estabilidade, diz economista
Paraná tem a sexta menor taxa de subutilização da força de trabalho
OParaná teve a sexta menor taxa de subutilização da força de trabalho no segundo trimestre do ano (abril, maio e junho) de 16,9%. Os demais Estados do Sul tiveram desempenho melhor e registraram as menores taxas de subutilização em todo o País - Santa Catarina (10,9%) e Rio Grande do Sul (15,2%). No Brasil, o índice ficou em 24,6%. A taxa de subutilização da força de trabalho agrega os desocupados, os subocupados por insuficiência de horas e a força de trabalho potencial. Os dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua foram divulgados nesta quinta-feira (16) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A taxa de desocupação no Estado também foi a sexta menor (9,1%). Santa Catarina (6,5%) e Mato Grosso do Sul (7,6%) tiveram as menores taxas. O índice expressa o percentual de pessoas desocupadas em relação às pessoas na força de trabalho (soma de pessoas ocupadas e desocupadas). No Brasil, a taxa de desocupação foi de 12,4%.
A taxa de subutilização da força de trabalho no Estado teve queda em relação ao trimestre imediatamente anterior, quando o índice chegava a 17,6%, mas cresceu quando comparado com o mesmo trimestre do ano passado (15,9%). Já a taxa de desocupação caiu em relação ao primeiro trimestre (9,6%), mas cresceu na comparação com o mesmo trimestre de 2017 (8,9%). A taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas - pessoas ocupadas com uma jornada de menos de 40 horas semanais, mas que gostariam de trabalhar em um período maior - teve leve queda em relação ao trimestre anterior (5,1%). Mas aumentou na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior (4,1%).
Os setores de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (1.010), indústria geral (859) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (843) tiveram o maior número de pessoas ocupadas. O rendimento médio desse grupo ficou em R$ 2.334, e caiu 0,8% em relação ao trimestre anterior. Porém, cresceu 1,1% na comparação com o segundo trimestre de 2017.
Para o economista e colunista da FOLHA, Marcos Rambalducci, vale ressaltar que o Paraná não apresentou grandes variações nos seus índices de subutilização de força de trabalho, e que as suas taxas estão abaixo da média nacional. “Paraná é um Estado onde a agricultura tem preponderância de postos de trabalho. Quando a indústria recua um pouco, a agricultura consegue absorver. Agora, a indústria está reagindo, mas não o suficiente para fazer a absorção dos postos de trabalho.”
Por outro lado, há de se observar que houve crescimento de 14,3% no número de trabalhadores domésticos sem carteira, na comparação com o mesmo trimestre de 2017. Segundo Rambalducci, alguns setores estão devolvendo empregos. Com as demissões, alguns trabalhadores estão tendo que trabalhar por conta própria. Além disso, ele aponta que a subocupação por insuficiência de horas trabalhadas teve uma alta significativa entre os ocupados, de 20,2% em relação ao mesmo período do ano passado. “Esses trabalhadores devem ter tido a renda diminuída, embora a renda médias das pessoas tenha tido uma pequena correção.”