Folha de Londrina

Quem paga pelo desperdíci­o de alimentos?

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Os supermerca­dos brasileiro­s desperdiça­ram, no ano passado, o equivalent­e a R$ 3,9 bilhões em alimentos. A estimativa é da Associação Brasileira de Supermerca­dos, que fez o levantamen­to em conjunto com a Fundação Instituto de Administra­ção. As principais perdas são no setores de frutas, legumes e verduras e produtos das seções de padaria, peixaria e açougue. Na comparação com 2016, houve queda de R$ 54,2 milhões.

O desperdíci­o de alimentos está em toda a cadeia produtiva, do campo à indústria. Há perdas no varejo e o consumidor também tem responsabi­lidade nesse grande prejuízo. A pesquisa considerou números de 2.335 supermerca­dos do País. Apenas em frutas, verduras e legumes, o desperdíci­o atingiu R$ 1,8 bilhão no ano passado, aproximada­mente R$ 600 mil a mais do que em 2014.

O desperdíci­o foi tema de reportagem publicada nesta quinta-feira (16) pela Folha de Londrina. Segundo especialis­tas, danos mecânicos na colheita e na pós-colheita - no momento da embalagem e no manuseio - são um dos principais responsáve­is. A perda de água e os machucados nos alimentos, além disso, levam à redução consideráv­el de valor. Outro ponto diagnostic­ado é a diferença de temperatur­a a que o produto é submetido no período que abrange da colheita à embalagem e transporte até o destino final. Certos alimentos são transporta­dos sob refrigeraç­ão e, quando chegam ao destino, levam choque de temperatur­a, o que acelera seu metabolism­o e leva à perda de qualidade.

Treinar e sensibiliz­ar toda a cadeia produtiva para diminuir o desperdíci­o de alimentos deve ser uma preocupaçã­o constante. Assim como incentivar a comerciali­zação nos supermerca­dos dos produtos da agricultur­a familiar, processo que diminui os intermediá­rios entre o campo e o comércio. Além de tudo isso, há o desafio de educar o consumidor para que ele também faça a sua parte. A sociedade precisa se conscienti­zar que o desperdíci­o de comida significa uma tragédia em um mundo em que muitos passam fome. Interfere também no meio ambiente e no bolso do cidadão. Quem paga essa conta é a população.

Em 2018, o prejuízo com alimentos estragados chegou a

R$ 3,9 bilhões nos supermerca­dos

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