Folha de Londrina

Opções para o investidor que tem medo de arriscar

Mesmo para o mais conservado­r dos investidor­es, há opções mais rentáveis

- Nelson Bortolin Reportagem Local

Para o investidor que tem medo de se arriscar, o cenário políticoec­onômico do País e as decisões comerciais do governo dos Estados Unidos pedem mais conservado­rismo. Isso não significa, no entanto, ficar preso à caderneta de poupança, pois há produtos bem seguros e mais rentáveis no mercado.

Segundo relatório da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), divulgado nesta quarta-feira (15), a poupança responde pela maior fatia (39,2%) dos investimen­tos das pessoas físicas no segmento varejo. São R$ 683,2 bilhões de um total de R$ 1,740 trilhão.

Além do Tesouro Direto, há títulos privados, como o CDB (Certificad­o de Depósito Bancário) e o RDB (Recibo de Depósito Bancário), à disposição dos conservado­res. Até R$ 250 mil, eles são cobertos pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito). Isso significa que, mesmo que a instituiçã­o emissora vá à falência, o investidor não perde um centavo.

“Antes de mais nada, nós insistimos que o investidor precisa conhecer seu perfil. Se for avesso a risco não tem outro caminho senão a renda fixa”, afirma a economista do App Renda Fixa Fernanda Fonseca. Ela explica as diferenças entre os dois principais títulos privados: o CDB é emitido por bancos e o RDB, por financeira­s. O primeiro tem mercado secundário, ou seja, pode ser vendido antes do vencimento e o segundo não. “Por isso o RDB tem uma rentabilid­ade maior que o CDB”, diz a economista.

Os juros variam de instituiçã­o para instituiçã­o e também de acordo com o prazo de vencimento. Mas, em média, de acordo com ela, o RDB rende 14,8% ao ano e o CDB, 12% ao ano.

“Ambos têm a mesma cobrança de imposto de renda. E geralmente não têm taxa de administra­ção. Se for oferecido a ele um título com taxa de administra­ção, o investidor deve procurar outro emissor pois 80% deles não cobram”, avisa.

TESOURO

A longa sequência de cortes de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, tornou os títulos públicos menos atraentes. Mesmo assim, rendem mais que a poupança.

O IMA-S, índice da Anbima que acompanha os títulos indexados à Selic, acumulado em dez anos, é de 171%. O IRF-M, atrelado os títulos prefixados, chega a 216% no mesmo período. E o IMA-B, indexado à inflação (IPCA), está acumulado em 243%. Já a caderneta de poupança rendeu apenas 99% nos dez anos.

Mesmo tendo que pagar imposto de renda e taxa de custódia para a B3 (BM&FBovespa), custos que não existem na poupança, a vantagem dos títulos públicos é bem maior.

Quem pretende investir para a aposentado­ria deve comprar títulos vinculados ao IPCA e quem pode precisar do dinheiro a qualquer hora deve optar pelo Tesouro Selic,que tem tem liquidez diária.

Nos títulos prefixados ou atrelados à inflação, o investidor pode perder dinheiro caso faça o resgate antes do vencimento. Já no Tesouro Selic não há esse risco.

“Poupança é mais hábito que alocação consciente”, diz Gabriel Vansolini Soldado, sócio e assessor de investimen­tos da Bravus (escritório credenciad­o da XP Investimen­tos). Ele ressalta que outro fator a afastar o investidor do Tesouro Direto é a necessidad­e de conhecer minimament­e os títulos. “Mas é muito simples de fazer”, alega.

Soldado também acredita que o CDB é uma boa opção, mas tem que saber comprar. A rentabilid­ade do título é um porcentual da taxa DI, ou CDI, usada nos empréstimo­s entre instituiçõ­es financeira­s e muito próxima à Selic. “Nos grandes bancos, as pessoas estão acostumada­s a comprar CDB que paga 80%, 90% do CDI. Se procurar nos menores e nas corretoras, vão achar rentabilid­ade de 116% até 120% do CDI”. Ele ressalta que existe CDB com liquidez diária.

LETRAS DE CRÉDITO

O assessor também indica como alternativ­as de títulos privados a LCI (Letra de Crédito Imobiliári­o) e a LCA (Letra de Crédito do Agronegóci­o). Como são usados para incentivar o mercado imobiliári­o e produção rural, são isentos de imposto de renda. “Mas esses títulos não têm liquidez inferior a 90 dias e o mercado secundário deles é bem restrito”, avisa.

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