Em um ano, Brasil ganhou 1,3 milhão de pessoas subutilizadas
A elevada subutilização de mão de obra no mercado de trabalho mostra que o cenário não é tão favorável, mesmo que haja aumento na ocupação e redução no total de desocupados, avaliou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apenas em um ano, o Brasil ganhou 1,3 milhão de pessoas subutilizadas.
A taxa de subutilização da força de trabalho subiu a patamar recorde em seis Estados brasileiros no segundo trimestre: Maranhão (39,7%), Sergipe (37,6%), Amapá (36,2%), Roraima (24,8%), São Paulo (21,7%) e Rio de Janeiro (20,0%). Na média nacional, a taxa de subutilização foi de 24,6%.
Em um ano, o Brasil ganhou 1,3 milhão de pessoas subutilizadas, resultado puxado pelo aumento na população subocupada por insuficiência de horas. São pessoas que trabalham menos de 40 horas semanais, mas gostariam de trabalhar mais. Outro sinal desfavorável no mercado de trabalho é o desempenho do nível de ocupação, que mostra a proporção de pessoas empregadas entre aquelas em idade para trabalhar. No segundo trimestre, o nível de ocupação estava no menor patamar da série histórica, iniciada em 2012, em sete Estados brasileiros: Rio Grande do Sul (57,4%),Rondônia (55,5%), Amazonas (51,6%), Bahia (47,8%), Amapá (47,7%), Maranhão (41,7%) e Alagoas (35,4%). Na média nacional, o nível de ocupação ficou em 53,7% no segundo trimestre.
Outro indicador importante, o total de empregados com carteira assinada no setor privado caiu ao menor nível da série no período nos Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. “Esses Estados têm efeito farol. O que acontece neles acontece depois nos outros”, alertou Azeredo.