Folha de Londrina

AVENIDA PARANÁ

- por Paulo Briguet

Eu não quero um Brasil em que as escolas tenham seus muros tomados por grafites e pichações de péssimo gosto.

Todos os dias a televisão mostra pessoas falando sobre “o Brasil que eu quero”. Na minha chatice crônica, vejo um problema nesse slogan. No país em que os direitos tantas vezes se sobrepõem aos deveres - como se não houvesse, para cada direito, um dever correspond­ente -, colocar o futuro da sociedade em termos de desejo não me parece ser uma atitude sábia, sobretudo quando a maior parte dos desejos não encontra nenhum respaldo na realidade. Muito mais prudente, a meu ver, seria falar sobre “o Brasil que eu não quero”.

Então vamos lá. Eu não quero um Brasil em que eu tenha de explicar para o meu filho de oito anos por que um criminoso condenado, inserido no contexto carcerário, quer ser presidente da República. Eu não quero um Brasil em que essa mesma candidatur­a seja vista como algo natural por parte da mídia e até elogiada por alguns comentaris­tas em rede nacional que, na verdade, não praticam jornalismo, mas assessoria de imprensa de um partido.

Por falar na extrema-imprensa, eu não quero um Brasil em que a censura à opinião de conservado­res que, por sinal, refletem os valores da maioria da população - seja vista como saudável, necessária e até mesmo obrigatóri­a. Eu não quero um Brasil em que eu não possa ler e acompanhar os textos de Olavo de Carvalho, Bernardo Pires Küster e outros amigos recentemen­te censurados pelo Facebook. Eu não quero um Brasil em que as redes sociais se tornem rede socialista­s, graças a seus administra­dores lacradores. Eu não quero um Brasil em que exista a censura “do bem”.

Eu não quero um Brasil em que as escolas tenham seus muros tomados por grafites e pichações de péssimo gosto. Eu não quero um Brasil em que frases toscas e mal escritas de um rapper tenham tanto valor quanto os versos de gênios como Machado de Assis, Manuel Bandeira ou Cecília Meireles.

Eu não quero um Brasil em que os “especialis­tas” lacradores - alguns munidos de títulos acadêmicos - utilizem dados mentirosos para justificar a legalizaçã­o do aborto no país, atendendo à solicitaçã­o das grandes fundações globalista­s, cuja meta é diminuir drasticame­nte a população para continuar controland­o a nossa vida e mandando no mundo. Eu não quero um Brasil em que os planos dos magnatas valham mais do que a vida dos bebês. Eu não quero um Brasil em que a Corte Suprema se julgue no direito de pisar na lei e no povo para liberar a pena de morte dos inocentes.

Eu não quero um Brasil em que 60 mil brasileiro­s morram a cada ano - um a cada nove minutos - e os mesmos “especialis­tas” venham falar de desencarce­ramento, desarmamen­to e outros descaramen­tos.

Eu não quero um Brasil em que precisemos trabalhar até maio para pagar esse governo gigantesco, ineficient­e e corrupto.

Eu não quero um Brasil que me faça de palhaço - igual àquele que por meses estava pichado no muro e de repente, bum, sumiu.

Fale com o colunista: avenidapar­ana@folhadelon­drina.com.br

Não quero um Brasil em que eu tenha de explicar para meu filho por que um criminoso quer ser presidente

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