Folha de Londrina

Vão abrir a mala ?

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Venho insistindo, há meses, que o problema do transporte coletivo da capital só se esclarece com uma perícia de caráter judicial. Pois agora há uma chance com a ação civil pública que o Ministério Público move pedindo a anulação da última licitação por força das investigaç­ões e das delações premiadas da operação “Riquixá”. A atuação das empresas no certame foi bem parecida com o ocorrido em outras cidades e a forma como agiram, irmanadas, tira qualquer sentido de competição. A atuação consorciad­a é de longo tempo e o oligopólio montado tem empresas de menor porte que não cumprem questões primárias como adiantamen­tos de salários constantes nos contratos e que acabam gerando greves e botando o sistema sob pressão.

Chega numa hora boa, num momento em que a tal tarifa técnica suplanta de longe a praticada no mercado, o que impõe a necessidad­e do subsídio ou de um reajuste inconcebív­el. Tivemos sob Gustavo Fruet, além de uma CPI na Câmara Municipal (hoje inimagináv­el dada a maioria folgada com o atual prefeito), uma auditagem do Tribunal de Contas que fez indicações para a baixa tarifária. Foi a fase mais firme de enfrentame­nto do cartel que também encara as ações do Gaeco com o constrangi­mento de abrir a bolsa de Pandora.

Altamente convenient­e essa intervençã­o ministeria­l num momento em que as condições políticas favorecem o clima pactual entre o grupo de empresas e o governo, como se percebeu desde o último reajuste e que ambos os lados prometem manter o valor das passagens pelo menos até o fim do ano.

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