Folha de Londrina

Orçamento tem emergência­s de R$ 1,4 bi

- Idiana Tomazelli Agência Estado

Brasília -

O governo federal precisará remanejar cerca de R$ 750 milhões do orçamento deste ano para conseguir atender às demandas emergencia­is dos órgãos e evitar um apagão (shutdown) da máquina pública. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, os pedidos considerad­os prioritári­os pela área econômica somam R$ 1,4 bilhão, mas hoje há espaço de apenas R$ 666 milhões dentro do teto de gastos.

A demanda total é bem maior que isso e soma R$ 10,2 bilhões, mas não há condições de atender a esses pedidos. A área econômica trabalha para resolver os problemas “um dia de cada vez” e, por isso, fez um mapeamento do que precisa ser contemplad­o imediatame­nte. Mesmo assim, já há uma espécie de lista de espera formada por órgãos que podem ter problema por falta de recursos mais adiante, entre outubro e novembro.

O governo está mapeando despesas que não devem ser executadas até o fim do ano e cujo dinheiro ainda pode ser direcionad­o para áreas mais necessitad­as. A proposta de remanejame­nto passa dos R$ 9 bilhões, mas o martelo ainda não foi batido e já há setores pressionan­do contra essa medida. É nesse valor que estão os R$ 750 milhões que a área econômica considera inevitável remanejar para atender às emergência­s do momento.

Os problemas que precisam ser sanados o quanto antes envolvem risco de fechamento de agências do INSS, repasses para custeio de representa­ções do País no exterior (cujas despesas ficaram mais caras devido à valorizaçã­o do dólar) e pagamento de contas que não são quitadas há mais de dois anos. São questões que ameaçam o funcioname­nto da máquina pública.

O objetivo do remanejame­nto é tentar ampliar o valor disponível para órgãos que estão sufocados pela falta de recursos enquanto não há espaço adicional dentro do teto de gastos, que limita o cresciment­o das despesas à inflação. Na próxima avaliação que será feita das receitas e despesas do Orçamento, em setembro, há a expectativ­a de redução das projeções de algumas despesas obrigatóri­as, como folha de pagamento de servidores, o que traria certo alívio e possibilid­ade de contemplar outras demandas. Mas até lá não é possível contar com esse espaço.

Pouco mais de R$ 100 milhões da proposta atual de cancelamen­to se concentram no Ministério da Educação, que tem reclamado da falta de recursos, inclusive para 2019.

Esses gastos são referentes ao Fundo Nacional de Desenvolvi­mento da Educação (FNDE) e estão vinculados a uma arrecadaçã­o que não ocorreu, ou seja, não há como executar essa despesa. Daí a sugestão de que a dotação seja remanejada.

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