Folha de Londrina

Uma escolha importante

Com tantas opções de açúcares e adoçantes, acertar a melhor opção pode ser difícil

- ÉRIKA GONÇALVES REPORTAGEM LOCAL

Cristal, mascavo, refinado. Sacarose, aspartame, xilitol, eritritol. A lista de opções de açúcares e adoçantes é extensa e escolher a melhor opção pode não ser tão fácil, principalm­ente se o desejo for aliar saúde e paladar. “Não existe açúcar saudável, só o mais natural possível”, diz a nutricioni­sta e educadora em diabete Fernanda Carrasco Bela Brizzi, de Arapongas.

Ela explica que o processo de refinament­o retira vitaminas e minerais e acrescenta componente­s químicos, por isso, quem se preocupa com a saúde deve optar pelos tipos menos processado­s. “O melado é o açúcar mais natural, mas o que chega com mais facilidade até nós é o açúcar mascavo. Ele concentra o sabor caracterís­tico do melado, mas tem a estrutura do refino. Depois temos o açúcar demerara, que ainda contém vitaminas e minerais, tem o doce mas não passou por um refino tão apurado”, descreve.

NUTRIENTES

Esses tipos citados acima não são brancos e guardam um sabor mais próximo da cana-de-açúcar. Quem busca o sabor mais caracterís­tico de doce e a cor clara pode buscar o açúcar cristal, que já perdeu nutrientes. Depois dele vem o açúcar refinado, composto unicamente por sacarose e sem qualquer nutriente, segundo a especialis­ta. Usados mais em confeitari­a, o açúcar de confeiteir­o é o açúcar refinado em grãos menores e o açúcar impalpável traz em sua fórmula um pouco de amido de milho, de forma a ficar mais soltinho.

“Entre os naturais temos ainda o açúcar de coco, mais saudável que o refinado e com maior quantidade de minerais. Tem baixo índice glicêmico, que não altera a glicose ou demora a subir. Mas ainda é um açúcar e se consumir em grande quantidade, vai alterar a carga glicêmica. E o mel de agave, também de baixo índice glicêmico”, explica Brizzi.

A nutricioni­sta diz que embora muitas pessoas restrinjam o consumo de açúcar, ele pode estar presente nos produtos industrial­izados, com outros nomes (leia mais nesta edição). “Nossa alimentaçã­o está tão industrial­izada, estamos completame­nte cheios de açúcar e mantemos nossa insulina alta para poder digerir esse açúcar. Esse está sendo o grande vilão, os alimentos industrial­izados. Consumimos açúcar sem saber. E em muita alimentaçã­o diet tem esses outros tipos de açúcar”, alerta.

NECESSIDAD­ES INDIVIDUAI­S

Existem diversos adoçantes, tanto de origem natural quanto artificial. A escolha por esse composto deve ser sempre pautada nas necessidad­es individuai­s. Brizzi orienta que pacientes diabéticos ou com outras patologias, assim como gestantes e idosos, devem consultar um profission­al para a indicação do melhor tipo naquele momento de vida, já que alguns são contraindi­cados pois podem elevar a pressão arterial ou ainda causar má formação fetal. Ainda segundo ela, estudos apontam que é preciso fazer rotativida­de entre os tipos de adoçante a cada três meses, para que as bactérias do intestino não se acostumem com ele.

Para quem não tem nenhuma necessidad­e médica, a nutricioni­sta não indica o consumo de adoçante. “Os melhores entre os adoçantes são a estévia e a sucralose, mas a melhor opção ainda é usar o açúcar em menor quantidade. “Você não sabe o que o adoçante vai causar ali na frente e açúcar é açúcar desde os tempos antigos. O açúcar você sabe que vem da cana. E sabe que se você colocar uma colher de sopa de açúcar vai ter o paladar que você precisa e a sensação do açúcar que você quer. E de repente 1, 2 ou 12 gotas de adoçante não vai te dar (essa sensação) e você vai cada vez mais procurar esse paladar doce e não vai encontrar. Hoje, na minha visão, dentro de uma alimentaçã­o saudável, dentro de algo que a gente possa ter todos os dias, consumir o seu café com açúcar pela manhã e o seu café com açúcar à tarde é bem diferente de você consumir seu café cada momento dentro de uma empresa com açúcar a todo momento. Moderação cabe em tudo”, destaca.

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