Uma escolha importante
Com tantas opções de açúcares e adoçantes, acertar a melhor opção pode ser difícil
Cristal, mascavo, refinado. Sacarose, aspartame, xilitol, eritritol. A lista de opções de açúcares e adoçantes é extensa e escolher a melhor opção pode não ser tão fácil, principalmente se o desejo for aliar saúde e paladar. “Não existe açúcar saudável, só o mais natural possível”, diz a nutricionista e educadora em diabete Fernanda Carrasco Bela Brizzi, de Arapongas.
Ela explica que o processo de refinamento retira vitaminas e minerais e acrescenta componentes químicos, por isso, quem se preocupa com a saúde deve optar pelos tipos menos processados. “O melado é o açúcar mais natural, mas o que chega com mais facilidade até nós é o açúcar mascavo. Ele concentra o sabor característico do melado, mas tem a estrutura do refino. Depois temos o açúcar demerara, que ainda contém vitaminas e minerais, tem o doce mas não passou por um refino tão apurado”, descreve.
NUTRIENTES
Esses tipos citados acima não são brancos e guardam um sabor mais próximo da cana-de-açúcar. Quem busca o sabor mais característico de doce e a cor clara pode buscar o açúcar cristal, que já perdeu nutrientes. Depois dele vem o açúcar refinado, composto unicamente por sacarose e sem qualquer nutriente, segundo a especialista. Usados mais em confeitaria, o açúcar de confeiteiro é o açúcar refinado em grãos menores e o açúcar impalpável traz em sua fórmula um pouco de amido de milho, de forma a ficar mais soltinho.
“Entre os naturais temos ainda o açúcar de coco, mais saudável que o refinado e com maior quantidade de minerais. Tem baixo índice glicêmico, que não altera a glicose ou demora a subir. Mas ainda é um açúcar e se consumir em grande quantidade, vai alterar a carga glicêmica. E o mel de agave, também de baixo índice glicêmico”, explica Brizzi.
A nutricionista diz que embora muitas pessoas restrinjam o consumo de açúcar, ele pode estar presente nos produtos industrializados, com outros nomes (leia mais nesta edição). “Nossa alimentação está tão industrializada, estamos completamente cheios de açúcar e mantemos nossa insulina alta para poder digerir esse açúcar. Esse está sendo o grande vilão, os alimentos industrializados. Consumimos açúcar sem saber. E em muita alimentação diet tem esses outros tipos de açúcar”, alerta.
NECESSIDADES INDIVIDUAIS
Existem diversos adoçantes, tanto de origem natural quanto artificial. A escolha por esse composto deve ser sempre pautada nas necessidades individuais. Brizzi orienta que pacientes diabéticos ou com outras patologias, assim como gestantes e idosos, devem consultar um profissional para a indicação do melhor tipo naquele momento de vida, já que alguns são contraindicados pois podem elevar a pressão arterial ou ainda causar má formação fetal. Ainda segundo ela, estudos apontam que é preciso fazer rotatividade entre os tipos de adoçante a cada três meses, para que as bactérias do intestino não se acostumem com ele.
Para quem não tem nenhuma necessidade médica, a nutricionista não indica o consumo de adoçante. “Os melhores entre os adoçantes são a estévia e a sucralose, mas a melhor opção ainda é usar o açúcar em menor quantidade. “Você não sabe o que o adoçante vai causar ali na frente e açúcar é açúcar desde os tempos antigos. O açúcar você sabe que vem da cana. E sabe que se você colocar uma colher de sopa de açúcar vai ter o paladar que você precisa e a sensação do açúcar que você quer. E de repente 1, 2 ou 12 gotas de adoçante não vai te dar (essa sensação) e você vai cada vez mais procurar esse paladar doce e não vai encontrar. Hoje, na minha visão, dentro de uma alimentação saudável, dentro de algo que a gente possa ter todos os dias, consumir o seu café com açúcar pela manhã e o seu café com açúcar à tarde é bem diferente de você consumir seu café cada momento dentro de uma empresa com açúcar a todo momento. Moderação cabe em tudo”, destaca.