Envelopado para maior segurança
Construtora Vectra instala sistema de redes em suas obras para proteção dos trabalhadores
Asegurança do trabalho na construção civil é uma das maiores preocupações do setor e, cada vez mais, as construtoras adotam equipamentos para evitar acidentes nos canteiros de obras e investem na conscientização do uso de EPIs (equipamentos de proteção individuais) pelos funcionários.
Em Londrina, a construção do edifício Cambridge Village, da linha London Hills da Vectra Construtora, na região da Gleba Palhano, inovou com o uso de redes de proteção que atendem 100% as normas de segurança do trabalho.
“Diferentemente das redes tipo mosqueteiros, o sistema é usado durante a execução da obra para capturar pessoas e não materiais”
Uma das torres recebeu o sistema SLQA (Sistema Limitador de Quedas de Altura). Confeccionadas com material de primeira linha (polipropileno de alta densidade) da espanhola El León de Oro, líder no mercado internacional de confecção de redes sob medida, as redes suportam o peso de uma esfera de 100 kg, caindo de sete metros de altura.
“Diferentemente das redes tipo mosqueteiros - utilizadas durante a fase de reboco dos prédios -, o sistema é usado durante a execução da obra para capturar pessoas e não materiais”, explicou Luiz Henrique Panno, diretor do segmento de redes da Disemaq, fabricante do sistema.
O equipamento cumpre os requisitos de fabricação e instalação estabelecidos pelas normas nacionais (NR 18) e internacionais (como as europeias EN 1263-1 e EN 1263-2).
INOVAÇÃO
O SLQA ainda é pouco utilizado. As construtoras preferem a instalação de bandejas secundárias de proteção. Para o coordenador executivo de Engenharia da Vectra, Anderson Cazarin, o Paraná ainda não despertou para essa nova tecnologia.
“É inovadora. É um sistema que Londrina ainda não usava. O investimento é na ordem de R$ 300 mil por torre, mas é um valor pequeno, quando diluído ao longo do tempo, e com o que se deixa de gastar em caso de um acidente”, afirmou Cazarin. O dispositivo de segurança pode ser reutilizado. A cada obra ele passa por nova certificação.
Cazarin disse que o Ministério Público do Trabalho vistoriou a obra da Vectra e deu parecer favorável ao uso do sistema. “Ele (MPT) disse que atende muito mais do que pede a norma”, comentou.
NAS ALTURAS
Na construção do Cambridge Village estão sendo usados três tipos de sistemas SLQA. O sistema S, rede instalada na horizontal no primeiro pavimento para absorver o impacto. O sistema U envelopa a torre e é feito de um material mais robusto. E o sistema V, que é instalado na última laje formando uma bolsa. “Em caso de um mal súbito, por exemplo, o colaborador cai nesta bolsa”, explicou Cazarin.
Além da segurança, o sistema SLQA, de acordo com o coordenador, também aumenta a produtividade. Segundo ele, a produtividade aumentou 30% desde a instalação das redes. “Com a tela você se sente mais seguro e à vontade para trabalhar, por exemplo, a 70 metros de altura. Já temos dados que mostram esse aumento de produtividade”, afirmou.
Os colaboradores da Vectra passaram por treinamento para fazer a movimentação, manutenção e deslocamento das redes durante a construção. A intenção da construtora é utilizar o sistema em todos os canteiros de obras. Cazarin contou que as torres que, em breve, serão construídas na avenida Maringá, já vão iniciar as obras com o sistema.