Folha de Londrina

O nosso alimento de cada dia

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Muitas vezes ouvimos falar que os alimentos hoje são mais fáceis de encontrar do que antigament­e. E é verdade em certo aspecto. Antigament­e embora quase todo mundo tivesse algum pé de fruta no quintal e uma hortinha no fundo de casa, não havia tanta variedade como atualmente. Por isso é inadmissív­el que alguém deva passar fome com tanto alimento sendo produzido no mundo.

Hoje em dia, vamos ao supermerca­do e pronto, está tudo lá. Pra comer um frango é só ir à seção do açougue e pedir pra cortar do jeito que quiser. Antes não, era preciso ir ao quintal, ver a galinha mais gorda, correr atrás dela e depois de um carreirão pegá-la, matá-la, ferver água quente, depená-la, limpá-la, depois cortar os pedaços e aí sim cozinhar ou fritar. Era um trabalhão daqueles pra almoçar ou jantar.

Hoje em dia a gente vai, compra no açougue e faz o prato com todos os temperos que quiser. Antigament­e, era só colorau, pimenta do reino e sal. Podia acontecer de a galinha dar um suador antes de cansar no terreiro de casa. Ou escapulir pela cerca e você só ver as penas voando pro meio do mato. Daí era se contentar com algo que não corresse - um pé de alface ou um repolho - por exemplo!

Muitas vezes também ouvimos falar no sabor dos alimentos. Que eles tinham mais sabor antigament­e. Se pararmos para pensar, um pouco é que na fase da infância o paladar é muito mais apurado. Mas é importante também percebemos que para alimentar sete bilhões de habitantes no mundo, a

Mas é importante também percebemos que para alimentar sete bilhões de habitantes no mundo, a agricultur­a tem que ser muito mais científica e tecnológic­a”

agricultur­a tem que ser muito mais científica e tecnológic­a. Não dá pra alimentar tanta gente com uma agricultur­a sem defensivos agrícolas e sem maquinário­s de última geração. É claro que em alta escala a produção de alimentos deve ser muito rápida para matar a fome de tanta gente que come a todo momento. A natureza não tem tempo suficiente para dar todas as propriedad­es aos alimentos e talvez uma delas possa ser realmente perder um pouco o sabor original desses mesmos alimentos. Se você faz um molho de tomate, por exemplo, e cozinha num fogão a baixa temperatur­a por mais tempo, é claro que vai ficar mais saboroso. Tudo tem seu tempo apropriado e parece que nunca o temos suficiente­mente. É claro que sempre se poderá fazer uso de uma produção artesanal e também sem defensivos agrícolas, mas não que seja para abastecer em alta escala.

Certa vez alguém falou pra filha que o presunto fatiado comprado na padaria vinha de um porco de verdade. A criança ficou um tempão sem comer presunto. Pra dizer que, muitas vezes nem sabemos direito como os alimentos nos chegam à mesa. Compramos tudo pronto e às vezes não damos o valor devido a quem produz ou como são produzidos esses alimentos. As crianças nem sabem como é feito um queijo ou um apresuntad­o embora saibam até mesmo desbloquea­r uma senha ou baixar um aplicativo de celular.

É claro que dá uma saudade daquelas dos tempos de chegar à mesa e a mãe fazer uma galinha caipira na panela e sentir o cheiro de longe. Até polenta com “serraia” tinha um gosto diferente. Como se dizia antigament­e: não precisava nem de mistura!

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