Brasil se mostra evoluíd agricultura conservacio ainda derrapa na conse conhecimento de seus erosão continua o gran problema
OBrasil é referência no SPD (Sistema do Plantio Direto) e quando se fala de práticas conservacionistas na agricultura, não há dúvidas que temos grande representatividade. Mesmo assim, não escapamos de duro alerta feito pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO): um terço dos solos globais está degradado, prejudicando a produção de alimentos, geração de energia e mais do que isso, colocando em xeque a disponibilidade de água, qualidade do ar e a biodiversidade do planeta. O solo está intimamente ligado à vida, em todos os sentidos.
Da mesma forma que o País se mostra evoluído na agricultura, ainda derrapa na conservação de solo, apesar de tantas pesquisas de excelência produzidas aqui. Um número é alarmante: prejuízo de US$ 5 bilhões por ano com processos de erosão em lavouras e pastagens. Algo surreal para quem vislumbra assumir o protagonismo de alimentar o mundo. Nos EUA, o valor de prejuízos com erosão atingem US$ 10 bilhões.
Assuntos importantes que foram discutidos durante toda esta semana de forma intensa na 21ª edição do Congresso Mundial de Ciência do Solo, encerrado na sexta-feira (17) no Rio de Janeiro e que pela primeira vez aconteceu na América Latina. O evento reuniu aproximadamente quatro mil pessoas de mais de 100 países, incluindo nomes como Rattan Lal, presidente da União Internacional de Ciências do Solo e ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 2007. “A diminuição da terra agricultável, o aquecimento do clima, a escassez de água e o crescimento da população urbana exigem que cientistas e agrônomos do solo olhem para além dos modelos agrícolas tradicionais e passem a valorizar novas propostas ambientalmente mais corretas, que envolvam aquicultura e hidroponia, entre outras”, ressaltou Lal, em sua apresentação.
Em entrevista à FOLHA, a presidente da Sociedade Brasileira de Ciência de Solo (SBCS), salientou que o solo é fundamental, não apenas para a agricultura, mas para sustentabilidade de todos os ecossistemas e para a própria vida do planeta. “Por isso o tema do nosso evento foi “Soil science: beyond food and fuel” (Ciência do solo: além dos alimentos e combustíveis), porque precisamos considerar todas as funções que o solo tem. Não temos um plano B para o bemestar de todos os seres vivos deste planeta.”
A pesquisadora ressaltou que a erosão continua sendo um problema gravíssimo no mundo inteiro e que precisa de atenção no Brasil. “Um centímetro de solo demora centenas de anos para ser formado e pode ser perdido em menos de uma semana durante uma chuva torrencial. O manejo é importante para gente conservar o solo, sendo a principal deles a cobertura (de solo)”, avaliou.
Para ela, é necessário uma conscientização da população - e não apenas agricultores sobre esses problemas ligados ao tema e como cada um pode colaborar nesses trabalhos. “Não apenas os cientistas sabem sobre a emissão de gases do efeito estufa, erosão, poluição de rios e do próprio solo. Agora, é preciso saber como todos podem ajudar a mitigar esses problemas.”
Um centímetro de solo demora centenas de anos para ser formado e pode ser perdido em menos de uma semana durante uma chuva torrencial”