Folha de Londrina

Brasil se mostra evoluíd agricultur­a conservaci­o ainda derrapa na conse conhecimen­to de seus erosão continua o gran problema

- Victor Lopes Reportagem Local

OBrasil é referência no SPD (Sistema do Plantio Direto) e quando se fala de práticas conservaci­onistas na agricultur­a, não há dúvidas que temos grande representa­tividade. Mesmo assim, não escapamos de duro alerta feito pela Organizaçã­o das Nações Unidas para Agricultur­a e Alimentaçã­o (FAO): um terço dos solos globais está degradado, prejudican­do a produção de alimentos, geração de energia e mais do que isso, colocando em xeque a disponibil­idade de água, qualidade do ar e a biodiversi­dade do planeta. O solo está intimament­e ligado à vida, em todos os sentidos.

Da mesma forma que o País se mostra evoluído na agricultur­a, ainda derrapa na conservaçã­o de solo, apesar de tantas pesquisas de excelência produzidas aqui. Um número é alarmante: prejuízo de US$ 5 bilhões por ano com processos de erosão em lavouras e pastagens. Algo surreal para quem vislumbra assumir o protagonis­mo de alimentar o mundo. Nos EUA, o valor de prejuízos com erosão atingem US$ 10 bilhões.

Assuntos importante­s que foram discutidos durante toda esta semana de forma intensa na 21ª edição do Congresso Mundial de Ciência do Solo, encerrado na sexta-feira (17) no Rio de Janeiro e que pela primeira vez aconteceu na América Latina. O evento reuniu aproximada­mente quatro mil pessoas de mais de 100 países, incluindo nomes como Rattan Lal, presidente da União Internacio­nal de Ciências do Solo e ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 2007. “A diminuição da terra agricultáv­el, o aqueciment­o do clima, a escassez de água e o cresciment­o da população urbana exigem que cientistas e agrônomos do solo olhem para além dos modelos agrícolas tradiciona­is e passem a valorizar novas propostas ambientalm­ente mais corretas, que envolvam aquicultur­a e hidroponia, entre outras”, ressaltou Lal, em sua apresentaç­ão.

Em entrevista à FOLHA, a presidente da Sociedade Brasileira de Ciência de Solo (SBCS), salientou que o solo é fundamenta­l, não apenas para a agricultur­a, mas para sustentabi­lidade de todos os ecossistem­as e para a própria vida do planeta. “Por isso o tema do nosso evento foi “Soil science: beyond food and fuel” (Ciência do solo: além dos alimentos e combustíve­is), porque precisamos considerar todas as funções que o solo tem. Não temos um plano B para o bemestar de todos os seres vivos deste planeta.”

A pesquisado­ra ressaltou que a erosão continua sendo um problema gravíssimo no mundo inteiro e que precisa de atenção no Brasil. “Um centímetro de solo demora centenas de anos para ser formado e pode ser perdido em menos de uma semana durante uma chuva torrencial. O manejo é importante para gente conservar o solo, sendo a principal deles a cobertura (de solo)”, avaliou.

Para ela, é necessário uma conscienti­zação da população - e não apenas agricultor­es sobre esses problemas ligados ao tema e como cada um pode colaborar nesses trabalhos. “Não apenas os cientistas sabem sobre a emissão de gases do efeito estufa, erosão, poluição de rios e do próprio solo. Agora, é preciso saber como todos podem ajudar a mitigar esses problemas.”

Um centímetro de solo demora centenas de anos para ser formado e pode ser perdido em menos de uma semana durante uma chuva torrencial”

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O produtor Antônio Aparecido Casarotto acompanha de perto o trabalho da pesquisa em sua propriedad­e e avalia seu comportame­nto em relação ao solo: “Acho que de 0 a 10, hoje meu solo está nota 7. Ainda preciso fazer mais rotação de cultura e adubação verde” “Éap produ

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