Uma delícia, mas causa danos
Doce é uma delícia, mas seu consumo em excesso pode trazer vários problemas de saúde. Comer muito açúcar causa picos de insulina, o hormônio que leva o açúcar para dentro das células, o que detona estresse no pâncreas e, consequentemente, o órgão vai sendo danificado.
“O primeiro problema é a síndrome metabólica (hipertensão arterial, glicemia alterada, excesso de gordura localizada na região da cintura e níveis de colesterol e triglicerídeos anormais), depois vem o pré-diabetes e por fim o diabetes. Comer doces com moderação, de preferência acompanhados de fibras e de forma balanceada não causa problemas”, explica a endocrinologista Maria Fernanda Barca.
É considerado pré-diabético o paciente que tem a dosagem de glicose em jejum entre 100 e 125 mg/dl e hemoglobina glicada entre 5,7% e 6,4%; e diabético o paciente cuja dosagem de glicose em jejum é superior a 126 mg/dl e hemoglobina glicada superior a 6,5%.
A médica alerta que com o diabetes pode surgir uma série de outras doenças como a esteatose hepática, ou seja, gordura no fígado, neuropatias, catarata e coronariopatia. “O problema é que o pré-diabético já pode ter esses problemas, mas ele não se sente em perigo”, alerta.
Segundo ela, o açúcar também já foi ligado a células cancerígenas. “Estudos publicados apontam que essas células se alimentam de açúcar e vários oncologistas têm indicado uma dieta cetogênica, isto é, com baixa quantidade de carboidratos e açúcar para seus pacientes.”
Ainda não há consenso entre a comunidade médica se ao diminuir o consumo de açúcar seria possível reverter os danos ao pâncreas. Barca explica que estão sendo feitos estudos com ratos, onde já foi verificada essa regeneração, mas ainda é cedo para atestar que o mesmo aconteceria com humanos.
Na dúvida, o melhor é consumir doces e carboidratos de forma equilibrada e de preferência junto com fibras, que retardam a absorção do açúcar.