Folha de Londrina

COMPETITIV­IDADE

- (F.G.)

Queda dos juros e desvaloriz­ação do real reduzem Custo Brasil, aponta estudo da Indústria de Máquinas e Equipament­os

Os industriai­s paranaense­s apontam como principais motivos para a falta de competitiv­idade em relação ao produto internacio­nal a carga tributária (32,9%), os encargos sociais (32,4%) e a burocracia (32,2%), segundo levantamen­to feito pela Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná) divulgado no início de cada ano. Somente 18,3% afirmaram que conseguem disputar mercados sem dificuldad­es.

Outras dificuldad­es recorrente­s, e semelhante­s aos da pesquisa sobre Custo Brasil da Abimaq, são os custos com transporte (24,9%) e crédito (24,4%). Porém, também foi lembrada a falta de apoio governamen­tal para a inovação, por um em cada cinco dos entrevista­dos.

Mesmo para quem não exporta, o Custo Brasil comprime a lucrativid­ade do negócio. Sócio da empresa londrinens­e Elevabem Elevadores e Plataforma­s, o engenheiro mecânico Cristiano Ferreira de Souza afirma que, se mantiver o preço dos produtos acima dos concorrent­es internacio­nais, não consegue faturar nem no mercado local. “Existem empresas grandes que importam produtos da China e só colocam a marca deles, porque não vale mais a pena produzir”, diz.

Souza conta que busca ganhar clientes pela qualidade de atendiment­o e pelo pósvenda. “Muita gente reclama da demora para conseguir peças de reposição de importados e nós fabricamos as nossas peças, então tento mostrar isso para eles.”

Porém, o reajuste anual na tarifa de energia, o aluguel e os impostos deixam o empresário cada vez mais preocupado. Ele coloca ainda na conta a falta de crédito para a pequena empresa. “Tínhamos o cartão do BNDES, que ajudava porque podíamos ao menos comprar parcelado, mas o governo acabou com isso sem avisar e agora é a maior burocracia para conseguir outro”, completa Souza.

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