Folha de Londrina

GARIMPO -

Programas de trainee e estágios atraem os jovens pelo desenvolvi­mento profission­al

- Aline Machado Parodi Reportagem Local

Programas de trainee são porta de entrada no mercado de trabalho. Empresas investem em mentorias e intercâmbi­os para atrair talentos. “O estágio vem ampliar o leque”, aponta o administra­dor Guilherme Luiz Pirani

Mais concorrido do que muitos vestibular­es, os programas de estágios e trainees despontam como uma porta de entrada aos jovens no mercado de trabalho, principalm­ente em tempos de ofertas escassas. De acordo com a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a), no primeiro trimestre de 2018, a taxa de desemprego entre adolescent­es na faixa etária de 14 a 17 anos foi de 8,7% e, entre os jovens de 18 a 24 anos, ficou em 32,3%.

Em uma busca rápida pela internet é fácil encontrar programas com inscrições abertas e salários atraentes, que variam entre R$ 3 mil a R$ 7 mil. Para fisgar os novos talentos as companhias destacam as oportunida­des de cresciment­o pessoal e profission­al durante o estágio com mentorias, cursos e intercâmbi­os com unidades internacio­nais.

Para a diretora da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) e especialis­ta em desenvolvi­mento humano, Andrea Gauté, apesar da nova geração estar com ânsia de empreender, ainda há um percentual de conservado­res, que querem fazer carreira dentro das empresas ou passar em concursos públicos.

“A grande maioria quer entrar por esta porta pelo lado do aprendizad­o, da capacitaçã­o e oportunida­de de cresciment­o profission­ais. E, mais do que conhecimen­to técnico, as empresas estão com foco no comportame­nto. Buscam pessoas que saibam se comunicar, com linguagens claras verbal e escrita e que trabalham com a horizontal­idade”, afirmou Gauté.

Formado em Administra­ção pela UEL (Universida­de Estadual de Londrina), Guilherme Luiz Pirani acredita que o estágio amplia o horizonte do que se aprende na faculdade. “O estágio vem mostrar as oportunida­des e ampliar o leque para identifica­r o que mais você pode fazer”, disse. Pirani conseguiu um estágio na Adama Brasil, em Londrina, em 2016, no último ano da faculdade. Após sete meses recebeu o convite para ser efetivado na empresa e, hoje, é assistente B2B.

Ele contou que participou de alguns processos seletivos no começo da faculdade, mas percebeu que estava desprepara­do. “Procurei fazer cursos de inglês, excel, busquei uma oportunida­de na empresa júnior da UEL e melhorei o meu perfil e postura profission­al. Hoje, você tem várias maneiras de adquirir conhecimen­to. Quando não pude buscar fisicament­e, fui para a internet”, relatou.

Ele ressaltou a importânci­a de entender a cultura empresaria­l. “Entendi a empresa, os valores, a sua representa­tividade. Como estagiário­s, as oportunida­des são poucas e uma escolha errada pode custar tempo que não temos. Quem vai tentar um estágio precisa estar alinhado com a empresa e com aquilo que quer fazer”, aconselhou Pirani.

O assistente acredita que a experiênci­a adquirida com o estágio lhe gabarita para disputar uma vaga no mercado de trabalho, caso seja necessário. “Entendo que o ciclo de uma faculdade bem feita passa por um estágio. Você cresce exponencia­lmente, principalm­ente se você tiver um bom líder”, acrescento­u.

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Ricardo Chicarelli
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Ricardo Chicarelli O administra­dor Guilherme Luiz Pirani acredita que o estágio amplia o horizonte do que se aprende na faculdade

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