Folha de Londrina

Uma campanha mais curta e ‘enxuta’

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As eleições deste ano de 2018 não serão como as outras e essa diferença é consequênc­ia da aprovação de duas mudanças na legislação eleitoral, ocorridas em 2015 e 2017. Ela será mais curta e mais barata. É claro que a redução do tempo ajuda a cair as despesas, mas o fator determinan­te para enxugar o caixa vem da proibição do financiame­nto empresaria­l para as campanhas políticas. De 90, os candidatos têm agora 45 dias para convencer o eleitorado. O horário eleitoral gratuito, que começa em 31 de agosto, também foi encurtado para 35 dias, dez a menos que em 2014.

As novas regras já são evidentes na campanha ao governo do Paraná, conforme a FOLHA mostrou em reportagem no último fim de semana (18 e 19). De acordo com a prestação de contas apresentad­as à Justiça Eleitoral, os quatro principais candidatos ao posto de chefe do executivo estadual gastaramju­ntosR$68.565.873,00 na campanha de 2014. Passados quatro anos, os atuais candidatos terão que encarar uma outra realidade. A Lei nº 13.488, de outubro de 2017, fixou em R$ 9,1 milhões por candidato o teto de gastos para o cargo de governador neste primeiro turno. Os quatros primeiros colocados, segundo recentes pesquisas de intenção de voto, não devem chegar aos R$ 36 milhões de gastos. São eles: Ratinho Junior (PSD), Cida Borghetti (PP), João Arruda (MDB) e Dr. Rosinha (PT).

O limite fixado às campanhas para deputado federal ficou em R$ 2,5 milhões. Para os cargos de deputado estadual ou distrital, o teto ficou fixado em R$ 1 milhão. Há regras também para contrataçã­o direta ou terceiriza­da de pessoal para a prestação de serviços referentes a atividades de militância e mobilizaçã­o de rua nas campanhas eleitorais. No Paraná, para os cargos de governador ficou limitada em 3.218 pessoas por candidato em 2018.

Os escândalos desvendado­s pela Lava Jato fazem as atenções se voltarem para o tema porque em muitos casos o pagamento de propina veio na forma financiame­nto de campanha. Nesse ponto, a redução dos custos é interessan­te. O problema é que o tempo e o dinheiro curto acabam prejudican­do os novos candidatos, que acabam tendo menos chances que os políticos que já têm mandato ou ocupam cargos em administra­ções públicas.

O horário eleitoral gratuito, que começa em 31 de agosto, também foi encurtado para 35 dias

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