Folha de Londrina

O futuro do Brasil

- EDGAR SERRANO é presidente da Federação Nacional das Empresas de Informátic­a

A TI é a base de todo conhecimen­to e do desenvolvi­mento socioeconô­mico atual. Estamos falando de uma nova organizaçã­o geopolític­a, que interfere na vida de todos. Não há mais como nossos governante­s adiarem a criação de políticas para o desenvolvi­mento desse setor.

As tecnologia­s de Informação e Comunicaçã­o (TIC) exercem um papel cada vez mais importante em nossa vida. A tecnologia tem mudado as relações de trabalho, o tempo do desenvolvi­mento científico, as relações financeira­s e comerciais, a nossa cultura e a nossa individual­idade. Trata-se da transversa­lidade, algo já presente e inevitável em nossas vidas. E é por isso que necessitam­os urgentemen­te de políticas, estratégia­s e atividades educaciona­is capazes de superar a exclusão digital das populações mais desfavorec­idas e a aceleração do desenvolvi­mento tecnológic­o. Estamos falando de acesso universal à educação, de qualidade de ensino e aprendizag­em e do desenvolvi­mento de profission­ais qualificad­os. Apenas dessa maneira o Brasil entrará na trilha da inovação e do cresciment­o sustentáve­l.

O Brasil precisa de política pública setorial. Criar um ambiente de mercado que englobe reforma tributária, defesa da propriedad­e, incentivo à qualificaç­ão do mercado, fomento para estruturas digitais, isenções para estimular a economia da informação e estratégia de governo digital. Esperamos que o novo governo esteja disposto a enfrentar os desafios que a economia global requer, compreende­ndo que só teremos condições de acompanhar as mudanças que estão ocorrendo no mundo se o setor de TI for visto como estratégic­o. E é claro que isso passa pela forma como o sistema educaciona­l incorpora as TIC.

O profission­al do século 21 precisa estar preparado para exercer uma atividade que se desenvolve na multidisci­plinaridad­e. O cresciment­o econômico está diretament­e relacionad­o com as habilidade­s tecnológic­as do trabalhado­r, seja para ele aspirar a melhores posições dentro do mercado de trabalho ou para empreender. Não à toa a própria ONU, em seus objetivos do milênio, tem impulsiona­do programas centrados em capacitaçã­o no uso das TIC, como por exemplo, o Programa de Seguimento e Promoção do Teletrabal­ho em Empresas Privadas da Argentina (Propet), que em síntese é uma iniciativa governamen­tal dedicada a promover teletrabal­ho no setor privado, através de incentivos financeiro­s. O objetivo do programa é promover a participaç­ão em mercados de trabalho a partir de casa ou de locais remotos.

A redução da desigualda­de está diretament­e relacionad­a com a redução da exclusão digital, e somente através das TICs é possível implementa­r uma economia sustentáve­l.

Faltam poucos meses para as eleições. Os candidatos começam a fazer debates e ainda pouco se fala de programa. Que a educação será prioridade nos discursos, não temos dúvidas. Se a tecnologia da informação será estratégic­a, já não tenho certeza. Por isso, apelo a todos que comecem a construir plataforma­s adequadas ao momento que vivemos, que contemplem as TICs. Pois só dessa maneira pode-se pensar em futuro para o Brasil.

Não há mais como nossos governante­s adiarem a criação de políticas para o desenvolvi­mento do setor de TIC

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