Folha de Londrina

INCENTIVO -

Programa ensina empreended­orismo na Escola Municipal San Izidro, na zona leste. Meta é destacar a importânci­a da persistênc­ia. Feira foi montada para comerciali­zar itens produzidos pelos alunos.

- Vítor Ogawa Reportagem Local

Épossível aprender a ser empreended­or? Muitas pessoas acreditam que as habilidade­s para empreender são inatas, mas é possível ensinar ferramenta­s de gestão e de administra­ção e os professore­s podem encorajar seus alunos a serem persistent­es e a assumirem riscos em negócios. Embora essa habilidade de começar um negócio possa ser ensinada por professore­s, quem precisa incorporar essas razões para empreender é o próprio aluno. Foi apostando nisso que a Escola Municipal San Izidro, na zona leste de Londrina, possibilit­ou a realização de uma feira com trabalhos desenvolvi­dos pelos alunos no programa JEPP (Jovens Empreended­ores Primeiros Passos). O projeto é uma parceria da prefeitura com o Sebrae. Foram instaladas várias barracas para comerciali­zar os itens produzidos com a ajuda de seus pais.

A diretora da escola, Rosiane da Silva Mendes de Oliveira, informou que o JEPP foi implantado no município há dois anos. O projeto tem como finalidade incentivar o empreended­orismo, por meio de atividades que estimulam o autoconhec­imento, a autonomia e a coletivida­de entre os estudantes. “Queremos desenvolve­r nas crianças o espírito empreended­or. Nesse formato de feira para a comunidade é a primeira vez que fizemos”, observou. “Alguns alunos desenvolve­ram brinquedos de material reciclado com seus pais; outros trouxeram os temperos que suas famílias fazem. Os alunos do 1º ano fizeram sachês perfumados. Mesmo os alunos do 4º ano, que não participam do JEPP, ajudaram os pais e mães com a barraca de roupas”, relatou.

O JEPP é desenvolvi­do na escola com os 280 alunos do 1º, 2º, 3º e 5º anos do ensino fundamenta­l. Os alunos do 4º ano participam do projeto “Um Canto em Cada Canto” e por este motivo não fazem parte do Jovens Empreended­ores. Os estudantes do 1º ano ficaram responsáve­is pelo projeto “O mundo das ervas aromáticas”; os do 2º ano desenvolve­ram o “Temperos naturais”; os do 3º ano ficaram com a “Oficina de brinquedos ecológicos” e os do 5º ano desenvolve­ram o tema “Sabores de cores”. Todas essas turmas tiveram de receber treinament­o, cuja duração foi entre 22 horas e 26 horas em sala de aula.

A turma da estudante do 5º ano Alycia Oliveira Sugita do Carmo, 10, projetou e criou uma barraca de pastel e refrigeran­te. “Escolhemos o nome La Casa de Pastel, inspirado em um seriado que se chama La Casa de Papel”, ressaltou a empreended­ora mirim, que ficou responsáve­l por coletar o dinheiro dos clientes e entregar fichas para que eles pudessem pegar os produtos. Não foi uma tarefa simples, já que a fila para conseguir as guloseimas era grande. “A gente pensou em uma comida típica de feira e escolhemos o pastel”, declarou. Ela explicou que foram mais de 100 pastéis produzidos. “É importante aprender a mexer com dinheiro. A gente não sabe o nosso futuro e, se um dia eu precisar, a gente pode trabalhar com isso”, declarou, informando que todo o lucro foi revertido para a associação de pais e mestres da escola.

Outra aluna que trabalhou na barraca de pastel foi Bruna Marques Freitas, 10, que achou que a experiênci­a foi boa sob o ponto de vista do empreended­orismo. “Cada aula a professora do JEPP orientava em uma tarefa. Ela ensinava como escolher o nome, mas ao mesmo tempo a gente brincava também por meio das atividades. A gente planejou muito essa barraca e todo mundo gostou bastante. O pastel ficou uma delícia”, afirmou, acrescenta­ndo que os trabalhos das outras turmas também ficaram muito bons.

O aluno Gabriel Nicolas de Oliveira Silva, 7, está no segundo ano e ajudou a comerciali­zar temperos produzidos por sua mãe. “O meu tempero tem alho, cebola, cheiro verde e sal. Eu só não ajudei minha mãe a fazer os temperos, porque ela não deixou”, destacou. “Está sendo divertido comerciali­zar. Eu nunca tinha ajudado a vender qualquer tipo de produto antes. A professora pediu, a gente fez a barraca e eu achei legal”, destacou.

“Está sendo divertido comerciali­zar. Eu nunca tinha ajudado a vender”

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Ricardo Chicarelli
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Fotos: Ricardo Chicarelli Estudantes colocaram em prática o que aprenderam no programa Jovens Empreended­ores Primeiros Passos
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“Pensamos em uma comida típica de feira e escolhemos o pastel”, declarou Alycia Oliveira Sugita do Carmo
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