INCENTIVO -
Programa ensina empreendedorismo na Escola Municipal San Izidro, na zona leste. Meta é destacar a importância da persistência. Feira foi montada para comercializar itens produzidos pelos alunos.
Épossível aprender a ser empreendedor? Muitas pessoas acreditam que as habilidades para empreender são inatas, mas é possível ensinar ferramentas de gestão e de administração e os professores podem encorajar seus alunos a serem persistentes e a assumirem riscos em negócios. Embora essa habilidade de começar um negócio possa ser ensinada por professores, quem precisa incorporar essas razões para empreender é o próprio aluno. Foi apostando nisso que a Escola Municipal San Izidro, na zona leste de Londrina, possibilitou a realização de uma feira com trabalhos desenvolvidos pelos alunos no programa JEPP (Jovens Empreendedores Primeiros Passos). O projeto é uma parceria da prefeitura com o Sebrae. Foram instaladas várias barracas para comercializar os itens produzidos com a ajuda de seus pais.
A diretora da escola, Rosiane da Silva Mendes de Oliveira, informou que o JEPP foi implantado no município há dois anos. O projeto tem como finalidade incentivar o empreendedorismo, por meio de atividades que estimulam o autoconhecimento, a autonomia e a coletividade entre os estudantes. “Queremos desenvolver nas crianças o espírito empreendedor. Nesse formato de feira para a comunidade é a primeira vez que fizemos”, observou. “Alguns alunos desenvolveram brinquedos de material reciclado com seus pais; outros trouxeram os temperos que suas famílias fazem. Os alunos do 1º ano fizeram sachês perfumados. Mesmo os alunos do 4º ano, que não participam do JEPP, ajudaram os pais e mães com a barraca de roupas”, relatou.
O JEPP é desenvolvido na escola com os 280 alunos do 1º, 2º, 3º e 5º anos do ensino fundamental. Os alunos do 4º ano participam do projeto “Um Canto em Cada Canto” e por este motivo não fazem parte do Jovens Empreendedores. Os estudantes do 1º ano ficaram responsáveis pelo projeto “O mundo das ervas aromáticas”; os do 2º ano desenvolveram o “Temperos naturais”; os do 3º ano ficaram com a “Oficina de brinquedos ecológicos” e os do 5º ano desenvolveram o tema “Sabores de cores”. Todas essas turmas tiveram de receber treinamento, cuja duração foi entre 22 horas e 26 horas em sala de aula.
A turma da estudante do 5º ano Alycia Oliveira Sugita do Carmo, 10, projetou e criou uma barraca de pastel e refrigerante. “Escolhemos o nome La Casa de Pastel, inspirado em um seriado que se chama La Casa de Papel”, ressaltou a empreendedora mirim, que ficou responsável por coletar o dinheiro dos clientes e entregar fichas para que eles pudessem pegar os produtos. Não foi uma tarefa simples, já que a fila para conseguir as guloseimas era grande. “A gente pensou em uma comida típica de feira e escolhemos o pastel”, declarou. Ela explicou que foram mais de 100 pastéis produzidos. “É importante aprender a mexer com dinheiro. A gente não sabe o nosso futuro e, se um dia eu precisar, a gente pode trabalhar com isso”, declarou, informando que todo o lucro foi revertido para a associação de pais e mestres da escola.
Outra aluna que trabalhou na barraca de pastel foi Bruna Marques Freitas, 10, que achou que a experiência foi boa sob o ponto de vista do empreendedorismo. “Cada aula a professora do JEPP orientava em uma tarefa. Ela ensinava como escolher o nome, mas ao mesmo tempo a gente brincava também por meio das atividades. A gente planejou muito essa barraca e todo mundo gostou bastante. O pastel ficou uma delícia”, afirmou, acrescentando que os trabalhos das outras turmas também ficaram muito bons.
O aluno Gabriel Nicolas de Oliveira Silva, 7, está no segundo ano e ajudou a comercializar temperos produzidos por sua mãe. “O meu tempero tem alho, cebola, cheiro verde e sal. Eu só não ajudei minha mãe a fazer os temperos, porque ela não deixou”, destacou. “Está sendo divertido comercializar. Eu nunca tinha ajudado a vender qualquer tipo de produto antes. A professora pediu, a gente fez a barraca e eu achei legal”, destacou.
“Está sendo divertido comercializar. Eu nunca tinha ajudado a vender”