LUIZ GERALDO MAZZA
Mais um soldado morreu no Rio de Janeiro, vítima de confronto com traficantes.
Jorram as pesquisas
Ratinho Júnior tentou impugnar a pesquisa Ibope revelada no fim da tarde de ontem, na qual o juiz que a autorizou fez circular o motivo levantado em asterisco. É bom que elas fluam para que não tenhamos o bloqueio delas, como se deu na última eleição que favoreceu o impugnante, no caso Beto Richa.
Se até o ex-presidente preso tem suas intenções de votos divulgadas, era preciso conter a onda de impugnações que a justiça estava impondo e que dava força de “fake news” aos dados enquanto durasse o efeito da divulgação. No plano nacional percebeu-se que a tática do PT, enquanto puder sustentá-la, é ótima: Lula lidera o Datafolha ,com 39%, Bolsonaro, 19%, Marina, 8%, Alckmin, 6%, Ciro Gomes, 5%. A dúvida reside em saber quanto Lula transfere para Haddad, daí porque se prolonga a indecisão.
O levantamento mostrou que Bolsonaro, na hipótese de segundo turno, perde de todos: de Lula de 52 a 32, de Marina de 45 a 34, de Alckmin de 38 a 33. O teste sem Lula com Haddad não é bom, porque acumula por ora apenas 4%, o mesmo que Alvaro Dias. Daí ocupa-se o partido de principalmente no Nordeste (a Bahia é o campo de provas) fundir as imagens do vice com o titular, mudando o slogan de “Lula e Haddad” para “Lula é Haddad”. A pesquisa é necessidade vital para os candidatos, os partidos e o eleitor. Daí porque foi bem recebido o entendimento de que não cabia a impugnação e já temos um referencial para o pleito regional.
Fusão gráfica
No pleito de 1955, aqui no Paraná houve um caso de fusão gráfica do rosto de Moyses Lupion, o vencedor, com o de Getúlio Vargas, um trabalho do publicitário Silvio Pessoa da Silva, que se valendo da linha mediana da face dos dois personagens fez aproximações como se fossem a mesma pessoa. Ainda se explorava o martírio do suicídio, que na eleição de prefeito de Curitiba de 1954, ano da tragédia, não beneficiou o candidato trabalhista Estevam de Souza Neto, numa eleição vencida por Ney Braga e cujo segundo lugar foi o Walace Tadeu de Mello e Silva, pai do Requião.
Leilão nulo
A novela do Hospital Evangélico e sua escola de medicina vai longe: a justiça decretou a nulidade do certame pelo fato de o vencedor não ter pago os 20% a que se comprometera para prorrogar suas obrigações. O magistrado determinou ainda a cobrança da caução e marcou a data de 28 de setembro para a nova licitação.
Moro de novo
O ex-deputado federal Cândido Vacarezza foi condenado na ação proposta pelo Ministério Público Federal e aceita pelo juiz Sergio Moro. Além disso - o processo que resultou de propinas na Petrobras com mais oito pessoas -, o réu também não pagou a multa a que era obrigado .
Arraso
Pelo jeito uma das principais reivindicações do sindicalismo brasileiro, na linha de rever as reformas, vai ser a questão do imposto sindical, causa sempre dissimulada, inclusive pelas centrais, e que está provocando demissão em massa nos mais de 17 mil sindicatos em função de uma queda de arrecadação da ordem de 91%. A esperança está no andamento da campanha eleitoral, onde tanto Lula como boa parte de alinhados na centro-esquerda cogitam até de plebiscito ou de referendo para derrubar as reformas.
Licitação
Nem sempre uma licitação é uma ação lícita. É o que se pretende saber em detalhes o que teria ocorrido com a licitação do transporte coletivo de Curitiba, que fundamenta uma ação civil púbica do Ministério Público que através do Gaeco e da operação “Riquixá” e de delações premiadas bem como material probatório quer passar tudo a limpo na transição das gestões de Beto Richa-Luciano Ducci.
Por falar em licitação, num plano menor, o Tribunal de Contas do Estado fez recomendações severas a Londrina, Cambé e Ibiporã que sejam mais cautelosos em relação a certames como o da aquisição de medicamentos.
Mais um
Mais um soldado morreu ontem no Rio de Janeiro, vítima de confronto com traficantes. O trauma provocado pelas duas primeiras mortes foi intenso, inclusive porque os militares deixaram filhos de dois anos de idade. Metabolizar esses fatos não será fácil porque até então a visão das forças armadas no processo não parecia decorrer de um estado de beligerância, dado o fato de não haver vitimas fardadas depois do processo de intervenção. De agora em diante, o assunto tem que ser visto por um enfoque de guerra, pois o que eles fazem hoje deixou de ser algo parecido com uma passeata, um desfile ou mera presença moral.
Folclore
Paula Nei, um dos últimos boêmios, vai ao anfiteatro da aula de Medicina e o catedrático lhe pergunta: “quantos ossos há na cabeça do ser humano?”. Paula Ney põe a mão na cabeça como quem vai se concentrar e responde: “tenho tudo aqui, mas não me lembro!”