Folha de Londrina

Consórcio não faz depósito e leilão do HUE é anulado

- Rafael Costa Reportagem Local

Curitiba -

O leilão judicial que concretiza­ria a venda do Hospital Universitá­rio Evangélico de Curitiba e da Faculdade Evangélica do Paraná foi anulado por falta de pagamento pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho) nesta quarta-feira (22). As instituiçõ­es haviam sido arrematada­s por R$ 259 milhões na última sexta-feira (17) pelo Consórcio R+, formado pela única Educaciona­l, de Brasília, e Ambar Saúde, de Belo Horizonte. A arrematant­e, no entanto, não fez o depósito do sinal de 20% do valor no limite de dois dias, conforme previsto em edital, e pediu prorrogaçã­o do prazo. O juiz titular da 9ª Vara do Trabalho de Curitiba, Eduardo Milleo Baracat, negou o pedido e decidiu pela nulidade do pregão, determinan­do a realização de um novo leilão para o dia 28 de setembro. O despacho prevê a cobrança de caução de R$ 5 milhões. Na decisão, o magistrado ainda pede que o MPF (Ministério Público Federal) seja oficiado “ante a existência de indícios de prática do ilícito previsto no art. 358 do Código Penal”, que prevê punição para quem “impedir, perturbar ou fraudar arremataçã­o judicial”.

EXPLICAÇÕE­S

O empresário mineiro Ruy Muniz, procurador do Consórcio R+ no leilão, disse que vai fazer um pedido de reconsider­ação ao juiz, solicitand­o que o segundo colocado - Instituto Mackenzie e Associação Beneficent­e Douradense - seja chamado para concretiza­r o arremate pelo lance anterior. Caso o concorrent­e não aceite, ele quer que o prazo de 20 dias para fazer o pagamento do sinal seja concedido pelo juiz.

Muniz afirma que o consórcio tem condições de arcar com o lance vencedor e que ainda deseja arrematar as instituiçõ­es. O empresário explica, no entanto, que foi impedido de fazer o depósito porque, como procurador do consórcio, estava autorizado pelo conselho administra­tivo a oferecer apenas até R$ 250 milhões no leilão. Como o teto foi superado pelo concorrent­e, Muniz tomou a decisão pessoal de continuar dando lances até chegar aos R$ 259 milhões, na expectativ­a de conseguir rapidament­e a anuência dos conselheir­os para fazer a compra pelo novo valor, que ainda considerav­a vantajoso. Isso não aconteceu. “A gente ficou sem respaldo interno”, disse, por telefone.

“Se for arranjar culpados, de fato eu ultrapasse­i o limite de alçada”, reconheceu o empresário. “Eu não poderia ter dado R$ 259 milhões. Deveria ir até 250 e calar a boca. eu avaliei, como empreended­or, que valeria a pena”, contou. Ele espera que, com mais tempo, conseguirá viabilizar o arremate. “Ainda queremos e vou lutar por isso com certeza”, disse.

O leiloeiro oficial do pregão, Helcio Kronberg, disse que nenhuma dessas possibilid­ades estão previstas no edital. “O fato é que o arrematant­e não cumpriu o edital. Ele estava ciente da condições”, explicou.

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