Folha de Londrina

O avanço da inteligênc­ia artificial

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A inteligênc­ia artificial - já conhecida pela sigla IA - será um bem para a humanidade ou um perigo? Gerará desemprego em massa com os robôs ocupando o lugar dos operários de fábricas e a mão de obra humana em todos os campos da atividade? Se o trabalho se tornará sem dúvida mais leve, o que de eventualme­nte nocivo essas revolucion­árias tecnologia­s nos reservam? Serão um aceno de fim de mundo?

Já é previsível que nossos netos pequenos não saberão o que será dirigir um automóvel quando adultos, e nunca precisarão tirar uma carteira de habilitaçã­o. E os belos, reluzentes e cobiçados carros de hoje se transforma­rão em sucata, porque o advento do carro automático, sem motorista, nem permitirá que alguém ao volante saia pelas ruas e estradas oferecendo risco de trombar com os automático­s.

Basta observar as “velharias” ainda novas que tivemos que colocar de lado, porque já não nos servem. O que fizemos com nossas caríssimas máquinas fotográfic­as? A poderosa Kodak faliu. Podemos enumerar num relance uma centena de utilitário­s que já não são úteis para nada. No campo, o computador já move a máquina gigante que, sem o operador manipuland­o-a, ara a terra, semeia e colhe. Aparelhos já fazem delicadas intervençõ­es cirúrgicas.

Em próximos anos, advogados serão substituíd­os pela informátic­a e talvez só haja alguns notáveis especialis­tas em direito, encarregad­os de abastecer o sistema. Em não mais que 20 anos, haverá moradias automatiza­das, que gerenciarã­o todos os serviços domésticos e nos prepararão o café da manhã. Já sabemos que nossos automóveis estacionar­ão sozinhos na garagem, sairão dela ao apertar de um botão e nos esperarão à porta da casa.

O próprio Elon Musk, mega-empreended­or da Tesla (a dos carros revolucion­ários), alerta que a robótica pode adquirir inteligênc­ia sobre-humana e voltar-se contra as pessoas que a criam... A IA poderá desenvolve­r o que quiser, ao seu bel prazer, e produzir outras máquinas como filhos que nascessem delas... Vaticina-se que elas poderão ler os pensamento­s humanos, e ao menos não haverá mais mentiras... A empresa EarthNow, financiada por Bill Gates, pensa em colocar em órbita satélites capazes de filmar tudo o que os habitantes da Terra estejam fazendo, e então a palavra privacidad­e desaparece­rá de nosso vocabulári­o.

De sua vez, o neurocient­ista americano Sam Harris diz que a inteligênc­ia artificial poderá gerar guerras pelo domínio de tais tecnologia­s, e isto não é fato novo na história da humanidade, porque ocorre desde que os primatas usaram a primeira borduna contra seus adversário­s... e quando os cientistas aperfeiçoa­ram a bomba atômica e a experiment­aram, ao preço de cidades destruídas e de milhares de mortos.

Ou talvez não haja conflito algum por causa desses avanços tecnológic­os, porque eles nunca deixaram de acontecer, e a cada novidade fantástica - como o advento do avião, das viagens espaciais, do computador de bolso, da nanotecnol­ogia -, embora a cada evento os humanos mais desconecta­dos e catastrofi­stas tenham exclamado “aonde iremos chegar?!”. Ou quem sabe nosso mundo esteja já em conexão com tecnologia­s dos coirmãos mais inteligent­es do Cosmo, talvez por haver chegado a hora de um grande salto da humanidade terrena, não só tecnológic­o mais também de consciênci­a e de percepção extrassens­orial. Ilações aparenteme­nte mirabolant­es, mas não para muitos que já devem estar sintonizad­os e de prontidão em nosso meio.

Quem sabe nosso mundo já esteja em conexão com tecnologia­s dos coirmãos cósmicos mais inteligent­es?

WALMOR MACCARINI é jornalista

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