Folha de Londrina

Jungmann nega omissão em relação a venezuelan­os em Roraima

- Débora Brito Agência Brasil

Pacaraima

- Após visitar os centros de recepção e triagem de imigrantes na fronteira entre Brasil e Venezuela, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse nesta quinta-feira (23) que episódios de violência que levaram à saída de venezuelan­os da cidade de Pacaraima (RR) não são de responsabi­lidade do governo federal.

“A responsabi­lidade de fatos como esse tem que ser atribuída à situação trágica que se vive na Venezuela e obviamente essa migração se dá num ponto do Brasil cuja infraestru­tura é muito incipiente. O governo federal tem procurado fazer tudo o que está ao seu alcance”, disse Jungmann a jornalista­s durante sua visita ao município de Pacaraima.

Questionad­o se o governo não teria sido omisso em deixar mais de mil imigrantes sem assistênci­a nas ruas de Pacaraima, Jungmann rebateu que a responsáve­l pelos conflitos é a própria crise no país vizinho. Ele enfatizou que a situação é resultado de uma dificuldad­e que extrapola as fronteiras de vários países.

O ministro reconheceu que existe tensão, mas ponderou que o controle da situação não depende de uma solução isolada do governo federal. “Tem problema tem, tem tensão tem. Onde migração, no mundo, não cria tensão, não cria conflito? Agora, a postura correta é uns procurarem ajudar os outros pra fazer com que rapidament­e essas tensões e conflitos possam ser superados e a gente possa viver na normalidad­e”.

O ministro ainda descartou totalmente a possibilid­ade de fechamento da fronteira, em respeito a acordos internacio­nais, à legislação nacional e à política internacio­nal brasileira de recepção humanitári­a de imigrantes.

Ele citou como exemplo a Colômbia, que recebeu mais de um milhão de venezuelan­os e não cogitou fechar a fronteira. E comentou ainda que a Organizaçã­o dos Estados Americanos (OEA) já convocou uma reunião emergencia­l para tratar da crise migratória na região.

SEGURANÇA

Mais 40 estações de trabalho serão adicionada­s nos postos de triagem para agilizar o processo de registro e documentaç­ão dos imigrantes. O objetivo é evitar que eles fiquem nas ruas enquanto esperam a regulariza­ção dos documentos.

Sobre o reforço da segurança na região, Jungmann reafirmou que o patrulhame­nto será reforçado com 120 homens da força nacional (60 deles ainda estão a caminho via terrestre com 16 veículos). Além do contingent­e de 220 integrante­s das forças armadas que já estão na região e passarão a fazer patrulhame­nto ostensivo na fronteira em apoio à Polícia Federal. O ministro disse ainda que a PF receberá R$ 2 milhões para reforçar sua atuação na fronteira.

O ministro acrescento­u que o governo do estado também deve aumentar o efetivo de policiais na cidade, principalm­ente de agentes da polícia civil para dar continuida­de aos inquéritos e investigaç­ões que estão em andamento. Em nota, o governo estadual disse que um edital já está aberto para realização de concurso para diferentes áreas da polícia. SAÚDE

Jungmann também foi questionad­o pelos jornalista­s sobre a instalação de um hospital de campanha em Pacaraima para desafogar os hospitais locais que estão sem vagas para atender a brasileiro­s e venezuelan­os.

Segundo o ministro, a cidade já conta com uma unidade deste tipo, mas a informação é negada pela gestão estadual. Em seguida, o Exército esclareceu que se trata de um posto avançado que dá apoio a um Hospital de Campanha.

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Marcelo Camargo/Agência Brasil Ministro visitou centros de recepção e triagem de imigrantes e descartou totalmente a possibilid­ade de fechamento da fronteira entre Brasil e Venezuela

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