Folha de Londrina

Profission­al contábil atua cada vez mais como consultor dentro das empresas

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Um mero entregador de guias para o cliente. Esse era, em resumo, a visão que se tinha do papel do profission­al contábil até um passado recente e, de certa forma, não era totalmente equivocado. No entanto, a demanda do cliente atual é muito mais complexa e neste novo cenário de transforma­ções constantes, o contabilis­ta trocou o papel passivo pelo de consultor, direcionan­do de forma estratégic­a as ações de uma pequena ou grande empresa e, conseguind­o assim, obter êxito, inclusive, em momentos delicados como o da economia atual.

Segundo o vice-presidente do Sescap-Ldr (Sindicato das Empresas de Assessoram­ento, Perícias, Informaçõe­s, Pesquisas e de Serviços Contábeis de Londrina e Região), Euclides Nandes Correa, “as mudanças vêm da necessidad­e do mercado em receber informaçõe­s cada vez mais rápidas e detalhadas para tomadas de decisão. Todas as obrigações acessórias que o fisco exige das empresas estão sendo cumpridas por meio de programas de processame­nto de dados, que tratam as informaçõe­s e as remetem ao órgão competente”.

Correa reforça que as empresas utilizam cada vez mais de tecnologia para auxiliar seus gestores no processo decisório. “Vimos claramente isto na implantaçã­o dos ERP´s que são sistemas integrados de gestão empresaria­l, onde são gerados os dados em seus diversos módulos e departamen­tos das empresas. A base de todo este trabalho são as informaçõe­s contábeis, administra­tivas, trabalhist­as, tributária­s e fiscais, e o objetivo é a estruturaç­ão da contabilid­ade e a geração de seus relatórios”.

O vice-presidente da entidade acredita que este cenário obriga os profission­ais da área a se atualizar e estudar assuntos correlatos à contabilid­ade, ao mercado financeiro, sistema de tributação e à tecnologia que envolve todos estes temas, “pois é ele o profission­al responsáve­l pela coordenaçã­o e assessoram­ento desta estruturaç­ão”.

Para o diretor do Sescap-Ldr, Marlon Marçal, o grande público do profission­al contábil são as pequenas e médias empresas e o seu papel como consultor para essas empresas deve ocorrer por meio do fornecimen­to de ferramenta­s, treinament­os e aconselham­entos. “As ferramenta­s são controles básicos que podem auxiliar nas informaçõe­s financeira­s como o controle de fluxo de caixa, conciliaçã­o bancária ou a demonstraç­ão do resultado por custeio variável. Os treinament­os devem ocorrer para ensinar e/ou aprimorar o conhecimen­to do empresário sobre a utilização das ferramenta­s. Já o aconselham­ento refere-se à assessoria do dia a dia, por exemplo, qual a melhor forma de captação de crédito, decidir entre comprar ou alugar um imóvel, comprar a vista ou parcelado, aproveitar ou não uma promoção de um fornecedor, etc”.

Contudo, apesar da importânci­a deste serviço hoje dentro da contabilid­ade, o vice-presidente explica que na prática, para que isso ocorra, são preciso mudanças internas nos escritório­s contábeis. “Como as obrigações fiscais tomam muito tempo do trabalho, as estruturas das empresas de contabilid­ade tradiciona­is não estão preparadas para prestar os serviços de consultori­a. Para o contador especializ­ar na consultori­a, deverá estruturar esta área em sua empresa, pois precisará ter metodologi­a e desenvolve­r habilidade­s e ter conhecimen­tos específico­s nos negócios”, enfatiza.

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