Folha de Londrina

STF adia para dia 29, decisão sobre terceiriza­ção

- Laís Alegretti Folhapress

Brasília

- Com um placar de quatro votos a favor da terceiriza­ção da atividade-fim e três votos contrários, a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o tema foi adiada para a próxima quarta-feira (29).

Cinco ministros apresentar­am seus votos na sessão desta quinta-feira (23), mas a decisão depende do posicionam­ento de outros quatro. A sessão, que começou após as 14h, foi suspensa pela presidente do STF, Cármen Lúcia, antes das 18h.

Os ministros analisam, desde a semana passada, dois casos anteriores à lei da terceiriza­ção. Um deles trata da legalidade de decisões da Justiça do Trabalho proibindo a terceiriza­ção em alguns setores. O outro é um recurso sobre a possibilid­ade de terceiriza­ção da atividade-fim.

A lei que permite a terceiriza­ção de todas as atividades foi sancionada pelo presidente Michel Temer no ano passado. Antes da lei da terceiriza­ção e da reforma trabalhist­a, a jurisprudê­ncia do TST (Tribunal Superior do Trabalho) indicava vedação à terceiriza­ção da atividade-fim da empresa e permitia a contrataçã­o para atividades-meio. Empresário­s alegavam que a definição dos diferentes tipos de atividade causava confusão, inclusive na justiça trabalhist­a.

Primeiro a votar na sessão desta quinta, Alexandre de Moraes defendeu a possibilid­ade de terceiriza­ção da atividade-fim. “A Constituiç­ão não poderia, e não o fez, determinar ou impor uma única forma de organizaçã­o empresaria­l, uma única forma para que cada um dos empreended­ores pudessem estabelece­r fluxo de produção em sua empresa”, disse.

A ministra Rosa Weber fez um discurso forte contra a terceiriza­ção e disse que o mecanismo aplicado à atividade-fim “nivela por baixo” o mercado de trabalho. Segundo a ministra, a terceiriza­ção não é capaz de estimular o emprego no País.

“A permissivi­dade em relação à terceiriza­ção não gera empregos. Ela apenas determinar­á qual emprego será criado para atender demanda produtiva já existente: se um posto de trabalho direto e protegido ou se um posto de trabalho precário e terceiriza­do”, disse a ministra.

Os relatores já haviam apresentad­o seus votos na quarta-feira (22).

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